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LANÇAMENTO DA “HISTÓRIA DO BATALHÃO DE CAÇADORES PÁRA-QUEDISTAS N.º 21-ANGOLA 1961-1975”

Por • 15 Mai , 2012 • Categoria: 01. NOTÍCIAS Print Print

A última guerra que Portugal travou em África continua a ser relembrada e passada a escrito pelos que a viveram. Mais um capítulo sobre esta época acaba de ser publicado: nada mais nada menos que a História da primeira unidade que saiu de Portugal após o início da guerra em 1961 – horas depois dos ataques no Norte de Angola – e que foi também a última a regressar em 1975, horas antes da Independência.

O major-general José Ramos Lousada na apresentação da obra. Na mesa, da esquerda, tenente-general Amaral Vieira, general José Pinheiro, general Pina Monteiro, general  Cerqueira Rocha e major-general Campos Serafino

O major-general José Ramos Lousada na apresentação da obra. Na mesa, da esquerda, tenente-general Amaral Vieira, general José Pinheiro, general Pina Monteiro, general Cerqueira Rocha e major-general Campos Serafino.

A “História do Batalhão de Caçadores Pára-quedista N.º 21” que oportunamente divulgaremos na nossa secção “Já Lemos”, foi ontem lançada na Academia Militar, na Amadora, e daquilo que lá foi dito e visto, desde já nos congratularmos com mais esta edição sobre o inesgotável tema da guerra no antigo Ultramar português.

Bem sei que os portugueses são um bocado dados a invejas e têm dificuldade em homenagear os seus heróis, ainda por cima se esses seus concidadãos estiverem vivos e não se enquadrarem no “politicamente correcto” dos tempos que correm. Mas só a leitura da “folha de serviços” do autor – o qual pediu aliás para o considerarem apenas a pessoa que recolheu elementos com a ajuda de muitos – é ela própria uma lição de história e de patriotismo! Ainda bem que estavam presentes umas dezenas de cadetes da Academia Militar – até me parece que deviam ter estado de todas as Escolas militares! – porque houve portugueses cuja acção nos campos de batalha, em dezenas e dezenas de operações de combate, anos e anos seguidos, são sem dúvida um exemplo daquilo que deve ser um combatente. E um militar, oficial, sargento ou praça, seja qual for a cor do seu uniforme, tem que ser acima de tudo um combatente, um Soldado. E houve muitos assim, não tenhamos vergonha disso, não tenham vergonha disso. Uns foram recompensados outros não, todos o sabemos, e essa é uma constante da nossa história que vem de longe e se mantém. Mas para a História isso é o menos importante, aceitemo-lo, o importante é que o seu esforço tenha contribuído para o cumprimento da missão. E a missão era a defesa da Pátria, tal como era então entendida. Hoje, custe a quem custar, não é muito diferente. Os militares também têm que ser, e são, combatentes, e a missão é cumprida nas zonas mais perigosas do mundo. Ninguém se iluda, nem os próprios militares, o país precisará sempre é de Soldados e o exemplo dos que nos antecederam deve ser estudado e divulgado, sem preconceitos.

Este livro, nas palavras do autor, major-general José Manuel Garcia Ramos Lousada, é afinal de contas, também, a história de um desses Soldados, o Caçador Pára-quedista: «…recrutado apenas na situação de voluntariado, devendo efectuar provas de selecção muito rigorosas que incluíam exames médicos muito rigorosos e testes físicos, intelectuais e psicofísicos muito exigentes. Após a incorporação o jovem cumpria um período de três anos de serviço militar, ocupando as primeiras vinte e seis semanas na sua formação, trabalhando os aspectos físico, táctico e técnico e recebendo sólida formação moral, jamais se esquecendo da sua futura reintegração na sociedade (…) Conseguindo o aproveitamento necessário no final da instrução de combate, o pára-quedista obtinha a designação de “Caçador” e encontrava-se finalmente apto a combater em qualquer tipo de teatro de operações. O “Caçador Pára-quedista” foi, sem dúvida, uma das grandes figuras da nossa presença em África de 1961 a 1975.»

A cerimónia de lançamento decorreu não só com a presença de muitos que integraram esta unidade, muitos Caçadores Pára-quedistas, familiares, amigos e cadetes da Academia Militar, mas também, e significativamente, perante os chefes máximos dos Ramos a que as Tropas Pára-quedistas pertenceram. O Chefe do Estado-Maior do Exército, general Pina Monteiro, e o Chefe do Estado-Maior da Força Aérea, general Augusto Pinheiro.

Esta obra é parte de um conjunto mais vasto, a “História das Tropas Pára-quedistas Portuguesas”. De carácter oficial porque elaborada pela instituição, primeiro no âmbito da Força Aérea e agora no Exército. É constituída por uma colecção de 6 volumes, que têm vindo a ser publicados ao longo dos anos e ainda não se encontra finalizada. Logo em 1980, escassos 5 anos depois do regresso das unidades de caçadores pára-quedistas de Angola e de Timor-Leste, deu-se início à sua preparação. O então comandante do Corpo de Tropas Pára-quedistas da Força Aérea Portuguesa, brigadeiro Heitor Almendra, determinou em 27 de Outubro desse ano a constituição de um grupo de trabalho com essa finalidade. Aquilo que hoje parece normalíssimo – escrever sobre a guerra em África – era à data um assunto muito mas mesmo muito delicado. Assim o processo de início da obra foi demorado e só em 1986 foi publicado um volume, o relativo ao Batalhão de Caçadores Pára-quedistas n.º 31 (Lourenço Marques e Beira-Moçambique). Para se ter uma noção das precauções que houve necessidade de tomar em relação a este tipo de livro, atente-se que ele era quase um documento reservado, sendo apenas vendido a militares do Corpo de Tropas Pára-quedistas e a antigos pára-quedistas militares e todos os exemplares estão numerados. A comissão que coordenou o lançamento desta iniciativa entregou a responsabilidade pela elaboração de cada livro a um pequeno núcleo de militares, incluindo o autor. O volume III sobre o BCP 31 teve como autor o brigadeiro François Martins; seguiu-se em Novembro de 1987 o volume IV sobre o BCP 12 (Guiné) pelo coronel Martinho Grão; em 1993 foi publicado o volume V sobre o BCP 32 (Nacala-Moçambique) pelo coronel Orlando Pires; já no Exército o Comando das Tropas Aerotransportadas publica o volume I sobre Batalhão de Caçadores Pára-quedistas (Tancos 1955-1961), também da autoria de Martinho Grão.
Em 2012 é assim lançado pela Escola de Tropas Pára-quedistas, com patrocínio privado, este II volume sobre o BCP 21, da autoria do major-general José Manuel Garcia Ramos Lousada.
Os livros sobre os batalhões do Ultramar obedeceram ao mesmo formato e organização semelhante, embora com alguns aperfeiçoamentos ao longo das edições. Para esta época da história das Tropas Pára-quedistas da Força Aérea, até ao final da guerra em África, falta agora a publicação do volume relativo ao Regimento de Caçadores Pára-quedistas (Tancos, 1961- 1975). Depois, seria interessante a publicação dos alusivos ao Corpo de Tropas Pára-quedistas (1975-1993).

Aqui fica a reportagem fotográfica do Alfredo Serrano Rosa, mais uma, a quem muito agradecemos. Oportunamente voltaremos ao tema apresentado então o livro com algum detalhe.

A sessão juntou na Academia Militar (Amadora), antigos camaradas de armas, militares no activo do Exército e Força Aérea, cadetes e familia do autor.

A sessão juntou na Academia Militar (Amadora), antigos camaradas de armas, militares no activo do Exército e Força Aérea, cadetes e família do autor.

A leitura das notas biográficas do major-general Lousada não surpreendeu quem o conhece mas não pode ter deixado de impressionar os mais novos. O autor foi sem dúvida um dos "últimos guerreiros do Império".

A leitura das notas biográficas do major-general Lousada não surpreendeu quem o conhece mas não pode ter deixado de impressionar os mais novos. O autor foi sem dúvida um dos "últimos guerreiros do Império".

Alguns dos (poucos) cadetes da Academia Militar que estiveram presentes. Não faltará muito e parte deles estarão empenhados nas novas missões das Forças Armadas, quem sabe, a combater.

Alguns dos (poucos) cadetes da Academia Militar que estiveram presentes. Não faltará muito e parte deles estarão empenhados nas novas missões das Forças Armadas, quem sabe, a combater.

Muitos dos presentes serviram com o autor em vários teatros de operações.

Muitos dos presentes serviram com o autor em vários teatros de operações. Coronéis Morais, Cuba, Gaspar, Sr. Viterbo de Almeida (ex-pára), coronéis Cunha e Oliveira.

Major-general José Manuel Garcia Ramos Lousada, 73 anos de idade, natural de Bragança. Soldado-cadete de infantaria em 1959, integrou o primeiro curso de comandos na Zemba em 1962, o 31.º curso de pára-quedismo militar em 1965, passou à reserva em 1997 como major-general.

Major-general José Manuel Garcia Ramos Lousada, 73 anos de idade, natural de Bragança. Soldado-cadete de infantaria em 1959, mobilizado para Angola numa unidade de caçadores em 1961, integrou o primeiro curso de comandos na Zemba em 1962, o 31.º curso de pára-quedismo militar em Tancos no ano de 1965, serviu no BCP 21 de 1972 a 1975, comandou a Base Escola de Tropas Pára-quedistas de 1981 a 1987, o Comando das Tropas Aerotransportadas de 1995 a 1997 e neste ano passou à reserva. Cumpriu duas comissões de serviço em Angola e uma Moçambique. Promovido mais do que uma vez por feitos em campanha, tem dezenas de louvores e as mais altas condecorações incluindo a Ordem Militar da Torre e Espada do Valor Lealdade e Mérito, grau de cavaleiro, atribuída no posto de capitão pára-quedista.

A dedicatória para um antigo camarada de armas, gesto que se vai repetir. A intensão após este lançamento em Lisboa é fazer a apresentação deste livro em vários outros pontos do país. Tancos será certamente o próximo.

A dedicatória para um antigo camarada de armas, gesto que se vai repetir. A intenção após este lançamento em Lisboa é fazer a apresentação deste livro em vários outros pontos do país. Tancos será certamente o próximo.

Quem já comprou volumes anteriores da História das Tropas Pára-quedistas pode adquirir o mesmo número. Há contudo mais exemplares para novos compradores! Da esquerda, tenente-coronel Albano Carvalho, coronel Moura Calheiros e major-general Ferreira Pinto.

Quem já comprou volumes anteriores da História das Tropas Pára-quedistas pode adquirir o mesmo número. Há contudo mais exemplares para novos compradores! Da esquerda, tenente-coronel Albano Carvalho, coronel Moura Calheiros e majores-generais Ferreira Pinto e Oliveira de Figueiredo e primeiro-sargento Cruz.

Da esquerda, major-general Raúl Cunha, tenente-coronel José Miranda e, dois antigos militares do BCP 21 (que não me foi possivel identificar).

Da esquerda, major-general Raúl Cunha, tenente-coronel José Miranda e, dois antigos militares do BCP 21 (que não me foi possível identificar).

Na frente da mesa, da esquerda, coronel Saraiva e coronel Cardoso.

Na frente da mesa, da esquerda, coronel Saraiva e coronel Cardoso.

Da esquerda, o filho do primeiro-sargento Cruz, primeiros-sargento Rasgado, sargento-mor Morgado e primeiro-sargento Cruz.

Da esquerda, o filho do primeiro-sargento Cruz, primeiros-sargento Rasgado, sargento-mor Morgado e primeiro-sargento Cruz.

O coronel Paulino Pinhão (à esquerda), gravemente ferido numa das últimas operações do BCP 21, já depois do 25ABR1974 e o tenente-coronel Albano Carvalho uma das figuras do pára-quedismo português, também veterano do BCP 21.

Paulino Pinhão (à esquerda), gravemente ferido quando capitão comandante de companhia numa das últimas operações do BCP 21, já depois do 25ABR1974, e o tenente-coronel Albano Carvalho uma das figuras do pára-quedismo português, também veterano do BCP 21.

Major-general Serôdio Fernandes e coronel tirocinado Carlos Perestrelo.

Major-general Serôdio Fernandes e coronel tirocinado Carlos Perestrelo, 2.º comandante da Brigada de Reacção Rápida.

Da esquerda, tenente-coronel Nogueira, coronel Morais e o comandante da Escola de Tropas Pára-quedistas, coronel Duarte da Costa, unidade a quem coube abraçar o projecto do livro. Com a criação da Brigada de Reacção Rápida, cabe agora à ETP ser a guardiã da memória histórica das Tropas Pára-quedistas Portuguesas.

Da esquerda, tenente-coronel Nogueira, coronel Morais e o comandante da Escola de Tropas Pára-quedistas (ETP), coronel Duarte da Costa, unidade a quem coube abraçar o projecto do livro. Com a criação da Brigada de Reacção Rápida, a ETP passou a ser o guardião da memória histórica das Tropas Pára-quedistas Portuguesas.

Da esquerda, major-general Almendra, coronéis Soares da Cunha e Urbano Seixas, todos antigos comandantes do BCP 21. Coronel Horácio de Oliveira e major-general Oliveira de Figueiredo, um dos últimos capitães a sair de Angola em 1975.

Da esquerda, major-general Heitor Almendra, coronéis Soares da Cunha e Urbano Seixas, todos antigos comandantes do BCP 21. Coronel Horácio de Oliveira e major-general Oliveira de Figueiredo, um dos últimos capitães a sair de Angola em 1975.

Dona Maria Carolina e o marido com os seus três "rapazes"!

Dona Maria Carolina e o marido com os seus três filhos!


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