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PRONTOS PARA O KOSOVO!

O 2º Batalhão de Infantaria Paraquedista realizou o exercício chamado “de certificação” no processo de preparação das forças expedicionárias. O “Operacional”, através do major Rui Pais dos Santos, assistiu e transmite ao leitores o que se passou. De modo sintético e claro, aqui fica uma boa imagem do que fazem hoje os nossos militares no Kosovo. Esta é a parte substancial do contributo directo de Portugal para a Paz na Europa nos tempos que correm.

As forças portuguesas no Kosovo têm, entre outras, a capacidade re efectuar missões de controlo de tumultos. [1]

As forças portuguesas no Kosovo têm, entre outras, a capacidade para efectuar missões de controlo de tumultos.

Decorreu de 25 de fevereiro a 01 de março, na região de Leiria, o exercício final de aprontamento e de certificação das forças portuguesas que irão em meados de março para o Kosovo.

O 2º Batalhão de Infantaria Paraquedista (2ºBIPara), agora certificado no exercício Pristina 131, irá assumir a missão de batalhão de manobra da reserva tática do Comandante da Kosovo Force (Kosovo Tactical Reserve Maneuver Battalion – KTM), no final de março.

Nesta missão poderá ter, entre outras tarefas, de conduzir operações de reserva através dos meios terrestres orgânicos ou aéreos da componente aérea da KFOR, reforçar os Multinational Battlegroup (MNBG), efetuar missões de vigilância das fronteiras, escoltas, patrulhas, checkpoints, operações anticontrabando e, conduzir operações de controlo de tumultos (crowd and riot control – CRC), dispondo para isso de capacidade de proteção em situações de alteração da ordem pública.

Como corolário de um ciclo de treino com uma duração de cerca de seis meses, o Exercício Pristina 131 visou avaliar a proficiência do 2ºBIPara na execução de tarefas essenciais e proceder à sua certificação como Força Nacional Destacada para o Kosovo. Realizado em Leiria, transformou a cidade para efeitos de exercício, em Krisovica, numa alusão à divida cidade de Mitrovica, no Kosovo. Neste esforço de “relocalização” do Kosovo, o Regimento de Artilharia 4 (RA4) foi também transformado no Campo de New Stamp. As tarefas atribuídas ao 2ºBIPara tentaram espelhar as mais significativas ou críticas que esta força poderá ter de desempenhar no Kosovo. Para possibilitar que o treino decorresse num ambiente o mais próximo possível da realidade, tornou-se necessário materializar os incidentes que tem caraterizado a situação vivida no Kosovo, tendo para esse fim, o RA4 disponibilizado uma bataria para atuar como força de cenário. No total este exercício envolveu cerca de 400 militares.

No Kosovo as forças portuguesas actuam muito em ambiente urbano... [2]

No Kosovo as forças portuguesas actuam muito em ambiente urbano...

...tendo que estar treinadas para operar junto da população civil e resolver incidentes nas aldeias, vilas e cidades daquele país. [3]

...tendo que estar treinadas para operar junto da população civil e resolver incidentes nas aldeias, vilas e cidades daquele país.

A assitência de emergência a pessoal ferido, é cada vez mais prestada no local, antes da evacuação. [4]

A assistência de emergência a pessoal ferido no local do incidente/acidente, antes da evacuação, é considerada cada vez mais importante para a salvação da vitima. Para isso é necessário instrução, treino e material.

O Exercício Pristina 131 conduzido no sistema LIVEX (com a participação de forças no terreno) consistiu na atribuição ao 2ºBIPara de missões, de natureza e duração diversificada para serem planeadas e executadas. Enquanto as mesmas decorriam, os militares do RA4 injetavam incidentes que obrigavam a uma reação por parte do 2ºBIPara, sendo esta reação avaliada pela equipa de arbitragem formada por militares do Comando e Estado-Maior da BrigRR com experiência no Kosovo. Após a resolução do incidente, a equipa de arbitragem transmitia ao Comandante da força a sua avaliação, tentando desta forma contribuir para a melhoria do (já por si elevado) desempenho dos militares do 2ºBIPara.

As situações treinadas e avaliadas englobaram desde atividades logísticas e administrativas de rotina, até à resolução de uma situação de perturbação da liberdade de movimentos (FoM), com a edificação de uma barricada, acompanhada da alteração da ordem pública (existência de um tumulto). Esta última é uma tarefa de elevada complexidade, mas com alguma recorrência no Kosovo, tendo já sido, por mais que uma vez, atribuída a forças portuguesas. As tarefas de índole operacional desempenhadas pelo 2ºBIPara incluíram a segurança física a Propriedades com Estatuto Especial (property with designated special status – PrDSS), a monitorização de pontos importantes, o patrulhamento, a operação de postos de controlo de veículos (VCP) e a realização de escoltas a VIP e a PDSS (person with designated special status). Durante a realização destas tarefas, as forças de cenário recriaram diversos incidentes, dos quais se salientam, a utilização de palavras de ordem contra as forças multinacionais, as tentativas de intrusão nos PrDSS, a interferência nas escoltas, a passagem de material proibido pelos VCP e as alterações de ordem pública. Além destes incidentes, as equipas de avaliação injetaram diversos constrangimentos, como por exemplo, avarias em viaturas, ferimentos em militares, pedidos de apoio de parte da população local e falhas nos sistemas de comunicações.

Aspecto da cidade de Mitrovica no Kosovo. [5]

Aspecto da cidade de Mitrovica no Kosovo.

A ponte de Mitrovica que tem sido palco ao longo dos anos de várias situações que obrigam à intervenção das forças internacionais. [6]

A ponte de Mitrovica que tem sido palco ao longo dos anos de várias situações que obrigam à intervenção das forças internacionais.

Os militares do 2BIPara sabem bem quem este treino em Leiria pode bem ser um ensaio para uma acção real no Kosovo. [7]

Os militares do 2BIPara sabem bem quem este treino em Leiria pode bem ser um ensaio para uma acção real no Kosovo.

As forças armadas portuguesas estão presentes na KFOR desde julho de 1999, tendo, no ano de 2005, assumido a prestigiosa missão de constituir o batalhão de manobra da reserva tática do Comandante da Kosovo Force. Esta força que já passou por diversas configurações, desde março de 2011, é constituída por um Batalhão formado por militares portugueses e húngaros, composta por Comando, uma Companhia de Comando e Serviços (CCS) e duas Companhias de Manobra (uma portuguesa e outra húngara). O Comando e a CCS integram militares portugueses e húngaros.

O 2.º BIPara da Brigada de Reacção Rápida substituirá no Kosovo o Agrupamento Índia da Brigada Mecanizada.

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KOSOVO: PORTUGUESES IMPULSIONAM NOVO CONCEITO DE EMPREGO TÁCTICO [8]

1BIPara/FND/KFOR RUMO AO KOSOVO [9]

KOSOVO: AS OPERAÇÕES DE CERCO E BUSCA [10]

PORTUGUESES EM DESTAQUE NA KFOR (KOSOVO) [11]

NOVOS CONTINGENTES PARA KOSOVO E AFEGANISTÃO [12]

LISBOA – PRISTINA EM C-130 [13]

KOSOVO: BATALHÃO PORTUGUÊS NA KFOR TV [14]

KOSOVO: PORTUGAL REDUZ EFECTIVOS MAS MANTERÁ COMANDO DA “RESERVA TÁCTICA” [15]

KOSOVO: A ÚLTIMA MISSÃO DA CHAIMITE [16]

AGRUPAMENTO MIKE [17]

MILITARES PORTUGUESES MORTOS EM MISSÕES DE PAZ [18]