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ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS ASSINALA 53º ANIVERSÁRIO

Por • 24 Mai , 2009 • Categoria: 03. REPORTAGEM Print Print

Todos os anos no dia 23 de Maio, faça chuva ou faça sol, milhares de militares pára-quedistas, a maioria já desligada do serviço activo e muitos com as suas famílias, comparecem em Tancos para assinalar o dia da sua unidade, a “casa-mãe” de todos os pára-quedistas militares portugueses. Batalhão de Caçadores Pára-quedistas, Regimento de Caçadores Pára-quedistas, Base Escola de Tropas Pára-quedistas, Escola de Tropas Aerotransportadas ou, hoje, Escola de Tropas Pára-quedistas, o nome tem mudado em diversos momentos históricos e para cada um tem o seu significado especial mas para todos é o local onde “nasceram” como pára-quedistas militares. Ali enfrentaram o desconhecido e suplantaram os seus medos e receios e, desde sempre voluntariamente, suportaram o rigor da instrução que os tornou soldados aptos a utilizar a terceira dimensão.

Os guões das antigas unidades das Tropas Pára-quedistas têm honras especiais na cerimónia mostrando bem que ali há orgulho e respeito pelo passado

Os guiões das antigas unidades das Tropas Pára-quedistas têm honras especiais na cerimónia, mostrando bem que ali há orgulho e respeito pelo passado.

Um antigo general americano, A.S. Newman, referindo-se às potencialidades da instrução para pára-quedista e de tudo o que lhe está associado disse um dia: “... salto em pára-quedas testa e enrijece o soldado sob tensão, de uma maneira que somente uma batalha o pode fazer. Você nunca pode estar certo a respeito dos outros. Todavia os pára-quedistas lutarão. Pode apostar a sua vida nisto. Eles, repetidas vezes, encaram o perigo durante o salto e desenvolvem uma autodisciplina que domina o medo. Subconscientemente, todo o pára-quedista sabe disto. É por isso que ele possui aquela extraordinária e arrogante confiança.

Bem cedo as Associações de Pára-quedistas, recordam os caídos nos teatros de operações africanos frente ao Monumento aos Mortos em Combate

Bem cedo as Associações de Pára-quedistas, recordam os caídos nos teatros de operações africanos frente ao Monumento aos Mortos em Combate.

A parada "Mota da Costa", onde se está a iniciar a cerimónia militar, com a chegada do Estandarte Nacional.

A parada "Mota da Costa", onde se está a iniciar a cerimónia militar, com a chegada do Estandarte Nacional.

A Fanfarra da Escola de Tropas Pára-quedistas não só participou na cerimónia militar como, no período da tarde, actuou para os milhares de pára-quedistas e familias que permaneceram em alegre convivio na unidade e nas áreas envolventes ("o pinhal").

A Fanfarra das Tropas Pára-quedistas não só participou na cerimónia militar como, no período da tarde, actuou para os milhares de pára-quedistas e famílias que permaneceram em alegre convívio na unidade e nas áreas envolventes ("o pinhal").

23 de Maio de 2009, foi um dia chuvoso mas muito antes da cerimónia militar ter lugar na parada Alferes Pára-quedista Mota da Costa – o primeiro oficial  pára-quedista morto em combate em Angola no ano de 1961 – já havia dificuldade em obter um lugar de estacionamento para tantos carros e autocarros que para ali confluíam dos 4 cantos de Portugal. Este ano assistiu-se de facto em Tancos a uma das maiores concentrações de antigos pára-quedistas para tomarem parte nas festividades do dia da unidade. As imagens que se seguem são da autoria de Alfredo Serrano Rosa e ilustram o que foi um “dia em cheio” para milhares de boinas verdes portugueses.

Parte do efectivo da Brigada de Reacção Rápida presente na cerimónia, como é tradição, estava armado e equipado para combate.

Parte do efectivo da Brigada de Reacção Rápida presente na cerimónia, como é tradição, estava armado e equipado para combate.

A Fanfarra da ETP é a única em Portugal que usa as gaitas de foles portuegas

A Fanfarra dos "páras" é a única militar em Portugal que usa as gaitas-de-foles (da zona de Miranda do Douro).


Uma nota final para relatar um dos momentos deste 23 de Maio. Tendo recentemente falecido um dos antigos comandantes do Regimento de Caçadores Pára-quedistas e figura ímpar na história das Tropas Pára-quedistas Portuguesas, o major-general Rafael Durão, um dos seus irmãos, o coronel “comando” Roberto Durão, fez a apresentação de um poema inédito da sua autoria, a pedido do irmão pára-quedista, para servir de letra a um hino dos pára-quedistas com música do maestro António de Melo. Este poema que os pára-quedistas certamente adoptarão nos seus tradicionais cânticos, ficou desde esta data entregue ao comandante da ETP, coronel pára-quedista Frederico Almendra.

O 1º Batalhão de Infantaria Pára-quedista desfila em "frente 10" ao mesmo tempo que o Destacamento de Precursores, lançado a partir de um C-212 AVIOCAR, começa a chegar ao solo.

O 1º Batalhão de Infantaria Pára-quedista desfila em "frente 10" ao mesmo tempo que o Destacamento de Precursores, lançado a partir de um C-212 AVIOCAR, começa a chegar ao solo.

O Destacamento de Precursores nos céus de Tancos em direcção à ETP. No Batalhão de Apoio Aeroterrestre concentram-se valências que permitem às Forças Armadas Portuguesas uma extraordinária capacidade de intervenção quer na guerra quer em situações de crise ou de catástrofe natural.

O Destacamento de Precursores nos céus de Tancos em direcção à ETP. No Batalhão de Apoio Aeroterrestre concentram-se valências que permitem às Forças Armadas Portuguesas uma extraordinária capacidade de intervenção quer na guerra quer em situações de crise ou de catástrofe natural.

A "moldura humana" neste 23 de Maio foi das maiores nestes últimos anos

A "moldura humana" neste 23 de Maio foi das maiores nestes últimos anos, provando que a "mística pára-quedista" continua viva e passa de geração em geração.

O coronel Roberto Durão, iniciou a declamação do seu poema referindo emocionado, "o meu irmão, não está aqui mas está aqui presente". Todos, mesmo os n

O coronel Roberto Durão, iniciou a declamação do seu poema referindo emocionado, "o meu irmão não está aqui, mas está aqui presente hoje". E esteve sem dúvida no pensamento de todos!

Terminos s eventos na Parada Mota da Costa, o C-212 que havia lançado pára-quedistas brindou os presentes com uma passagem baixa.

Terminados os eventos na Parada Mota da Costa, o C-212 que havia lançado pára-quedistas brindou os presentes com uma passagem baixa.

Discurso do comandante da ESCOLA DE TROPAS PÁRA-QUEDISTAS

Leia aqui mais sobre a história do «23 de Maio».

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