logotipo operacional.pt

RESPONSABILIDADE PENAL DOS CHEFES MILITARES: UMA SEGUNDA OPORTUNIDADE

Por • 12 Dez , 2010 • Categoria: 01. NOTÍCIAS Print Print

No próximo dia 22 de Dezembro de 2010, na Universidade Católica em Lisboa, Francisco José Leandro, Tenente-Coronel de Artilharia do Exército Português, presta provas públicas de Doutoramento com o tema “A responsabilidade penal dos chefes militares: uma segunda oportunidade“.

logo-war-crimes

Trata-se de um assunto bem actual, pouco discutido entre nós, talvez mesmo ignorado (apesar de termos tropas empenhadas em cenários de conflito há muitos anos), e sobre o qual deixamos abaixo o “Abstract” em 6 línguas (português, castelhano, francês, inglês, holandês e turco), fornecido pelo autor, um dos colaboradores do “Operacional”.

Abstract (versão na língua de Luís Vaz de Camões)
Dois factos determinaram o caminho seguido nesta investigação e um outro está na génese do seu resultado final. Na verdade, o caso do General Tomoyuki Yamashita em 1945 e os acontecimentos de Srebrenica no Verão quente de 1995, geraram no autor a vontade e a energia para dedicar 5 anos da sua vida ao estudo da responsabilidade dos comandantes militares. O resultado final é, em parte, também devido ao facto de, ao mesmo tempo, ter tido a oportunidade de estudar de perto o ambiente em que operam os exércitos modernos.
A responsabilidade dos comandantes militares é um tema central no debate em torno da implementação do Direito Internacional Humanitário em conflitos armados e, talvez, um dos mais importantes assuntos político-jurídicos-criminais, desde o julgamento do Cavaleiro Peter von Hagenbach em 1474, quase dois séculos antes de Hugo Grotius ter publicado “De Iure Belli ac Pacis”, em 1625.
Esta investigação aborda o tema tendo em consideração os casos mais importantes a que se refere a jurisprudência dos tribunais “ad hoc” para a ex-Jugoslávia e para o Ruanda e ainda outros tribunais nacionais e internacionais e centra-se no artigo 28º do Estatuto do Tribunal Penal Internacional de 1998. Dirige-se, em particular, ao problema da responsabilidade directa e indirecta por crimes de guerra em conflitos armados internacionais e não internacionais, aos elementos psicológicos “mens rea”, à responsabilidade dos outros superiores hierárquicos, à responsabilidade de oficiais de Estado-Maior, ao problema da jurisdição universal para crimes de guerra, a qualificação dos conflitos, a relação entre responsabilidade dos Estados e a responsabilidade individual, à relação entre a responsabilidade de comando e os crimes cometidos em cumprimento de ordens superiores e, finalmente, observa uma referência sobre a responsabilidade de comando e os a acção dos “media”.
Este estudo finaliza com uma análise crítica e sucinta das soluções encontradas pelo legislador português ao incorporar a responsabilidade de comando no seu ordenamento interno, designadamente no artigo 48º do Código de Justiça Militar em 2003.

Abstract (versão na língua de Miguel de Cervantes – Castelhano)
Dos factores determinaron el camino seguido en esta investigación y otro estudio estableciendo el escenario para el resultado final. En realidad, el caso del General Tomoyuki Yamashita en 1945 y los acontecimientos de Srebrenica en el caluroso verano de 1995, han generado en el autor una voluntad y una energía para dedicar 5 años de su vida en el estudio de la responsabilidad del los mandos militares. El resultado final es, en parte, también debido al hecho que, al mismo tiempo, he tenido la oportunidad de estudiar muy de cerca el ambiente de trabajo en el que operan los ejércitos modernos.
La responsabilidad de los mandos militares es un tema de debate legal en torno a la implementación del Derecho Internacional Humanitario en conflictos armados y, tal vez, uno de los más importantes asuntos político-jurídicos-criminales, desde el juicio del caballero Peter von Hagenbach en 1474, casi 2 siglos antes de que Hugo Grotius publicara “De Iure Belli ac Pacis”, en 1625.
Esta investigación aborda el tema, teniendo en consideración otros casos más importantes, en lo que se refiere a jurisprudencia de los tribunales “ad hoc” para la ex-Yugoslavia y para Ruanda y profundiza en otros tribunales tanto nacionales como internacionales, y está enfocado al artículo 28º del Estatuto del Tribunal Penal Internacional de 1998. Está dirigido, en particular, hacia el problema de la responsabilidad directa e indirecta por crímenes de guerra en conflictos armados internacionales y no internacionales, los elementos psicológicos “mens rea”, la responsabilidad de los superiores jerárquicos, la responsabilidad de los oficiales de estado mayor, el problema de la jurisdicción universal para crímenes de guerra, la calificación de los conflictos, la relación entre la responsabilidad del estado y la responsabilidad individual, la relación entre la responsabilidad en el mando y los crímenes que se llevan a cabo en cumplimiento de órdenes superiores y finalmente, lleva a cabo un análisis sobre la responsabilidad del mando y el papel de la comunicación social .
Este estudio finaliza con una crítica analizada y sucinta de las soluciones encontradas por el legislador Portugués para incorporar la responsabilidad del mando en su ordenamiento interno, establecidas en el artículo 48º del Código de Justicia Militar en 2003.

Abstract (versão na língua de William Shakespeare – Inglês)
Two facts paved the way for this study and another one set the scene for the final outcome. As a matter of fact the case of General Tomoyuki Yamashita in 1945 and the events of Srebrenica in the hot summer of 1995, granted me the personal will to pledge 5 years of my life to learn about the military commanders liability. The final result is also partially due to the fact that at the same time I had the opportunity to study very closely the working environment of modern military armies.
The liability of the military commanders is a central legal debate in terms the enforcement of Humanitarian International Law during armed conflicts, perhaps one on the most noteworthy legal issues, since the judgment of the Knight Peter von Hagenbach in 1474, almost two centuries before Hugo Grotius published “De Iure Belli ac Pacis”, in 1625. This research deals with this subject, taking in consideration the major international case-law as observed by the «ad hoc» tribunals for the former Yugoslavia and Ruanda and other international and national tribunals and is focused on the article 28º of the Statute of International Crime Court as of 1998. It also addresses, in particular, the problem of the direct and indirect liability for war crimes in international armed conflicts, the “mens rea” requirement, the responsibility of non military hierarchy, the accountability of staff officers, the problem of universal jurisdiction for war crimes, the contemporary conflict qualification, the relation between state responsibility and individual responsibility, the relation between command responsibility and the crimes of following superior orders and finally attempts to analyses the command responsibility and the role of media.
The study ends with concise examination of the solutions found by the Portuguese State to incorporate the commander?s liability in its national law, namely the article 48º of the Portuguese Military Code of Criminal Law as of 2003.

Abstract (versão na língua de Jean-Baptiste Poquelin Molière – Francês)
Deux faits ont tracé ma route pour cette étude et un autre préparât le chemin pour le résultat final. Pour dire les choses comme elles le sont, le cas du General Tomoyuki Yamashita en 1945 et les événements de Srebenica durant le très chaud été 1995, m?ont donné l?envie d?engager 5 années de ma vie afin d?apprendre les responsabilités des chefs militaires. Le résultat final est partiellement du au fait qu?à la même époque j?ai eu l?opportunité d?étudier de très près l?environnement de travail des armées modernes.
La responsabilité des chefs militaires est un débat axé sur la légalité, en termes d?application du droit humanitaire international durant les conflits armés, peut être un des aspects légaux le plus notable, depuis le jugement du chevalier Peter Von Hagenbach en 1474, à peu près deux siècles avant que Hugo Grotius ne publie “De Iure Belli ac Pacis” en 1625. Cette étude aborde ce thème, en tenant compte du plus grand cas judiciaire international jamais observé par le tribunal “ad hoc” pour l?ex-Yougoslavie et pour le Rwanda ainsi que des autres tribunaux internationaux et nationaux, et est centré sur l?article 28 du Statut du Tribunal Pénal International de 1998.
Cela s?adresse aussi, en particulier, au problème de la responsabilité directe ou indirecte pour les crimes de guerre dans les conflits armés ; aux exigences “mens rea” ; à la responsabilité des hiérarchies non militaires ; à la responsabilité des actes des officiers d?état-major ; au problème de la compétence légale universelle pour crimes de guerre ; à la qualification des conflits contemporains ; à la relation entre responsabilité d?état et responsabilité individuelle ; à la relation entre la responsabilité du commandement et les crimes commis suite aux ordres reçus, et enfin aux tentatives d?analyses de la responsabilité du commandement et du rôle des medias.
L?étude se termine par l?examen concis des solutions apportées par l?état portugais pour incorporer la responsabilité du commandement dans son droit national, et plus exactement l?article 48 du code pénal militaire portugais de 2003.

Abstract (versão na língua de Dante Alighieri – Italiano)
Per questo studio due fatti hanno illuminato la via ed un altro ha occupato la scena per la sua conclusione finale. In realtà il caso del Generale Tomoyuki Yamashita nel 1945 e gli eventi di Sebrenica nella calda estate del 1995, mi hanno spinto a donare 5 anni della mia vita per imparare la responsabilità dei capi militari. L?esito finale è anche parzialmente dovuto al fatto che ho avuto contemporaneamente l’opportunità di studiare da presso le condizioni di lavoro dei moderni eserciti.
La responsabilità dei capi militari è un dibattito giuridico fondamentale, per quanto concerne l?applicazione del Diritto Umanitario Internazionale durante i conflitti armati, forse una delle più note questioni giuridiche, sin dai tempi del giudizio del cavaliere Peter von Hagenbach nel 1474, circa due secoli prima della pubblicazione da parte di Hugo Grotius di “De Iure Belli ac Pacis”, nel 1625. Siffatto studio tratta questo argomento, prendendo in considerazione il più rilevante caso di legge internazionale osservato dai tribunali ad hoc per la ex-Jugoslavia e il Ruanda nonché dai tribunali internazionali e nazionali ai sensi dell’articolo 28 dello Statuto del Tribunale Penale Internazionale del 1998. Prende inoltre di mira il problema della responsabilità diretta e indiretta per i crimini di guerra nei conflitti armati internazionali, la condizione di mens rea, la responsabilità delle gerarchie non militari, la responsabilità del personale militare, il problema della giurisdizione universale per i crimini di guerra, la qualifica del conflitto contemporaneo, la relazione tra la responsabilità di Stato e la responsabilità individuale, la relazione tra la responsabilità del comando e i crimini commessi a seguito di ordini ricevuti superiormente ed infine, tenta di analizzare la responsabilità del comando e il ruolo dei media.
Lo studio si conclude con l’esame succinto delle soluzioni trovate dallo Stato portoghese per introdurre la responsabilità del comando nella sua legge nazionale, con particolare riferimento all’articolo 48 del Codice Penale Militare portoghese del 2003.

Abstract/Samenvatting (Versão na língua de Joost van den Vondel – Holandês)
Twee gebeurtenissen hebben mij op het spoor gezet van deze studie en een andere aanleiding speelt op de achtergrond van het uiteindelijke resultaat. De zaak van generaal Tomoyuki Yamashita in 1945 en de geschiedenis van Srebrenica in de zomer van 1995 bepaalden voor mij feitelijk de behoefte om vijf jaar van mijn leven te wijden aan het begrijpen van de aansprakelijkheid van militaire bevelhebbers. Het eindresultaat kwam mede tot stand doordat ik terzelfder tijd de gelegenheid had om van nabij de omstandigheden te onderzoeken waarin moderne legers opereren.
De aansprakelijkheid van militaire bevelhebbers is een onderwerp van juridisch debat wanneer het gaat om de toepasbaarheid van internationaal humanitair recht ten tijde van gewapend conflict, misschien gaat het zelfs om een van de meest belangwekkende politieke en strafrechtelijke thema?s sinds de veroordeling van Ridder Peter von Hagenbach in 1474, bijna twee eeuwen voordat Hugo de Groot “De Iure Belli ac Pacis Libri Tres” publiceerde in 1625. Dit onderzoek behandelt dit onderwerp, waarbij de belangrijkste jurisprudentie in overweging is genomen, zoals die van de „ad hoc?-tribunalen voor het voormalige Joegoslavië en voor Rwanda, alsook die van andere internationale en nationale hoven, en het onderzoek richt zich daarbij op art. 28 van het Statuut voor het Internationaal Strafhof van 1998.
In het bijzonder concentreert het onderzoek zich op het vraagstuk van de directe en indirecte aansprakelijkheid wegens in internationale gewapende conflicten gepleegde misdrijven, de „mens rea?-vereisten, de aansprakelijkheid van het niet-militaire gezag, aansprakelijkheid van de militaire staf, de universele rechtsmacht voor oorlogsmisdrijven, kenmerking van het hedendaagse conflict, de verhouding tussen staatsaansprakelijkheid en individuele aansprakelijkheid, de verhouding tussen de aansprakelijkheid van de militaire bevelhebber en de oorlogsmisdrijven die voortkomen uit het opvolgen van militaire bevelen van meerderen, en tenslotte volgt een poging tot analyse van militair-strafrechtelijke aansprakelijkheid en de media. De studie wordt afgerond met een kort en bondig onderzoek naar de oplossingen die de wetgever in Portugal heeft aangedragen om de aansprakelijkheid van het militaire bevel te incorporeren in het nationaal recht, met name in art. 48 van het Wetboek van Militair Strafrecht.

Abstract (Versão na língua de Mustafa Kemal Ataturk- Turco)
Bu calismaya giden yolu iki gercek acti ve bir digeri de sonuc icin gerekli zemini sundu. Isin asli, General Tomoyuki Yamashita?in 1945?teki davasi ve sicak bir 1995 yazinda Srebrenica?da yasanan olaylar bana askeri komutanlarin sorumluluklarini ogrenmek uzere hayatimin bes yilini adamami saglayan sahsi iradeyi sagladi. Ayni zamanda modern ordularin calisma ortamini inceleme firsati bulmus olmam gercegi de sonuc uzerinde kismen etkili oldu.
Askeri komutanlarin sorumluluklari, silahli catismalar sirasinda Uluslararasi Insani Hukukun uygulanmasi bakimindan yasal tartismalarda merkezi bir konumda; ve belki de Hugo Grotius? un 1625?te yayimladigi “Savas ve Baris Hukuku”ndan neredeyse iki yuzyil once, Sovalye Peter von Hagenbach?in 1474 yargilanmasindan bu yana gundeme gelen, en dikkate deger hukuki tartismalardan biridir. Bu tez, bahsigecen konuya atfedilmis olup, eski Yugoslavya ile Rwanda icin kurulan gecici mahkemeler ile diger uluslararasi ve milli yargilamalarda gozlemlenen onemli dava calismalarinin dikkate almis ve ozellikle Uluslararasi Savas Suclari Mahkemesinin 1998 tarihli Yasasinin 28inci maddesi uzerinde odaklanmistir. Ayrica, ozellikle uluslararasi silahli catismalarla baglantili savas suclarinda dogrudan ve dolayli sorumluluklar, “mens rea” (taammud) geregi, askeri hiyerarsi haricinde yukumluluk, kurmay subaylarin hesap verme sorumlulugu, savas suclari icin evrensel yargi sorunu, cagdas kriz tanimlamalari, devlet ile birey sorumluluklari arasindaki baglanti, komutan sorumlulugu ile ustlerden kaynaklanan emirlerin uygulanmasi arasindaki iliski irdelenmekte, ve nihayet, medya ve komuta sorumlulugu konusunu analize calismaktadir.
Calisma, Portekiz Devletinin milli yasalarinda, yani 2003 tarihli Portekiz Suc Hukuku Askeri Kodunun 48inci maddesinde yeraldigi sekliyle komutanin yukumluluklerine dair cozumleri kisaca inceleyerek sona ermektedir.

2010_convite_doutoramento-a

Quer ler artigos de Francisco José Lenadro no “Operacional”? Clique em:

A WEAPON OF MASS PERCEPTIONS PLACED IN OUR HOT SUMMER

A ESCOLA NATO E A VILA DE OBERAMMERGAU: DUAS FACES DA MESMA MOEDA

MODERN MILITARY PUBLIC AFFAIRS

"Tagged" como: , , , , , ,

Comentários não disponíveis.