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MAIS MILITARES PORTUGUESES PARA O AFEGANISTÃO

Por • 26 Dez , 2008 • Categoria: 01. NOTÍCIAS Print Print

Desde 2004 que o número de portugueses em Cabul não era tão reduzido. Reforços vão a caminho?

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Neste inicio de 2009 o contributo português para a missão da NATO no Afeganistão é de uma OMLT (Operational Mentoring and Liasion Team) de Guarnição e pessoal em funções de estado-maior, num total de pouco mais de 30 militares. Trata-se do número de efectivos portugueses em presença naquele país mais baixo desde 2004.

Em 11 de Dezembro de 2008 durante uma visita ao Afeganistão, João Mira Gomes, Secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar (SEDNAM), anunciou, segundo a Agência LUSA que o acompanhou a Cabul, “Em 2009, vamos reforçar os efectivos em relação ao número que temos actualmente no Afeganistão, através de uma equipa de ligação e de elementos médicos… …em 2009, esse número subirá para cerca de 110 elementos, portanto vai haver um reforço efectivo da nossa presença”.

A informação que havia sobre a participação nacional neste teatro de operações provinha do comunicado do Conselho Superior de Defesa Nacional (CSDN) da semana anterior (4 de Dezembro), o qual informou que “…deu parecer favorável ao envio, no final do primeiro trimestre de 2009, de uma Equipa Médica do Serviço de Saúde Militar, com 15 militares, ficando a mesma instalada e a actuar em hospital no Aeroporto de Cabul.”

Ou seja, se tudo decorrer como anunciado em final de Março o número de portugueses em missão no Afeganistão passará para 45. Assim, para os 110 anunciados ainda faltam 65.

É assim provável que se esteja na iminência de novo anúncio do envio de mais militares portugueses para o Afeganistão. Eventualmente o retomar do já aflorado na reunião do CSDN de 6 de Junho de 2008 – e não concretizado – onde se havia levantado a hipótese de, ainda em 2008, reforçar as forças portuguesas ao serviço da NATO no Afeganistão: “…Consoante a evolução da situação e tendo em vista o apoio crescente que a NATO pretende dar à formação de Unidades do Exército afegão, o Conselho deliberou dar o seu acordo de princípio ao eventual envio, no último trimestre de 2008, de uma segunda Equipa de Monitorização e Ligação, orientada para o treino do Comando de uma Brigada daquele Exército.”

Também não é segredo militar que elementos da Brigada de Reacção Rápida do Exército estiveram de sobreaviso nos últimos meses, preparados para eventual empenho na constituição desta “OMLT de Brigada” que o CSDN referia em Junho.

7 Anos no Afeganistão

A participação nacional nas operações no Afeganistão iniciou-se em Fevereiro de 2002 com um Destacamento Sanitário composto por militares dos três ramos das Forças Armadas que permaneceu em Cabul por 3 meses integrado num Hospital de Campanha britânico da ISAF (International Security Assistance Force).

Seguiu-se um Destacamento Aéreo C-130 que actuou a partir de Carachi (Paquistão), entre Abril e Julho do mesmo ano.

Em 2003 a NATO assumiu a liderança da ISAF e em Maio de 2004 Portugal voltou a envolver-se nesta missão com novo Destacamento Aéreo C-130 e outro pessoal de apoio da Força Aérea, como meteorologistas, bombeiros, controladores, agora com base no aeroporto de Cabul.

Terminada esta missão de 1 ano, logo em Agosto de 2005, a Força Aérea assumiu o comando deste aeroporto internacional de Cabul e vários dos seus serviços (por um período de 3 meses), mas agora sem meios aéreos nacionais.

O Exército iniciou entre Junho e Agosto de 2005 a missão de Força de Reacção Rápida do Comando da ISAF com uma companhia de infantaria (alternaram 4 companhias de comandos e 2 de pára-quedistas), e um Destacamento de Controlo Aéreo Táctico da Força Aérea (TACP – Tactical Air Control Party).

Oficiais e sargentos dos três ramos têm prestado serviço no QG da ISAF e ainda em outras estruturas regionais, mais ou menos discretas.

Um brigadeiro-general português ocupou durante um ano o lugar de porta-voz do comandante da ISAF.

Entre finais de Julho de 2008 e meados de Dezembro um Destacamento Aéreo Táctico da Força Aérea Portuguesa, integrando um C-130 e pessoal de apoio em diversas especialidades da manutenção à protecção da força, num total de cerca de 40 militares, cumpriu nova missão a partir de Cabul.

Na ISAF as Forças Armadas Portuguesas, além de um ferido grave e vários ligeiros, sofreram dois mortos: o primeiro-sargento Comando João Paulo Roma Pereira em 18NOV05 e o soldado Pára-quedista Sérgio Miguel Vidal Oliveira Pedrosa em 24NOV07.

Para se ter uma ideia do nível da participação nacional em termos de efectivos, atente-se neste quadro disponibilizado pela NATO em Dezembro quando Portugal ainda ali mantinha 70 militares e o total das forças atingia os 51.350.

Estados Unidos da América – 19.950*

Hungria – 240

Reino Unido – 8.745

Lituânia – 200

Alemanha – 3.600

Eslováquia – 180

França – 2.785

Nova Zelândia – 150

Canadá – 2.750

Albânia – 140

Itália – 2.350

Macedónia – 135

Holanda – 1.770

Estónia – 130

Polónia – 1.130

Grécia – 130

Austrália – 1.090

Finlândia – 80

Turquia – 860

Portugal – 70

Espanha – 780

Eslovénia – 70

Roménia – 740

Letónia – 70

Dinamarca – 700

Azerbaijão – 45

Bulgária – 460

Ucrânia – 10

Noruega – 455

Luxemburgo – 9

República Checa – 415

Islândia – 8

Suécia – 400

Irlanda – 7

Bélgica – 400

Áustria – 1

Croácia – 300

Geórgia – 1

Fonte NATO em 01DEC2008

* Os EUA dispõem no Afeganistão, fora do comando ISAF/NATO, mais cerca de 20.000 militares

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