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DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO «SALTADOR OPERACIONAL DE GRANDE ALTITUDE – (SOGA)»

Por • 7 Nov , 2011 • Categoria: 10. DISTINTIVOS, INSÍGNIAS E CONDECORAÇÕES Print Print

CONSIDERAÇÕES GERAIS

Na sequência do publicado sobre o distintivo de qualificação «INSTRUTOR DE QUEDA-LIVRE OPERACIONAL» apresentamos, neste breve apontamento, alguns dados sobre o distintivo de qualificação «SALTADOR OPERACIONAL DE GRANDE ALTITUDE – (SOGA)», oficialmente aprovado pelo Despacho Nº166/CEME/11.

Esta qualificação aeroterrestre (SOGA), considerada a “elite da elite” no seio das Tropas Paraquedistas, obriga o militar-candidato a percorrer um longo e exigente caminho técnico(*) no seio desta área especializadíssima, não podendo voluntariar-se para a frequência deste curso, sem antes ter passado pelo crivo dos seguintes cursos aeroterrestres:

–  PARAQUEDISMO MILITAR;

– OPERAÇÕES AEROTERRESTRES;

– INSTRUTOR DE PARAQUEDISMO;

– PRECURSOR AEROTERRESTRE.

Apto no Curso de PRECURSOR AEROTERRESTRE, o militar pode, finalmente, candidatar-se à frequência do Curso «SOGA» (QUEDA-LIVRE OPERACIONAL) e conquistar, se obtiver aproveitamento e ficar apto, o direito de ostentar nos seus uniformes o respetivo distintivo de qualificação(1) que se apresenta aos nossos leitores.

Versão metálico do distintivo de qualificação «SOGA». (Col. Sucena do Carmo=

Versão metálica do distintivo de qualificação «SOGA». (Col. Sucena do Carmo)

SIMBOLOGIA HERÁLDICA DO DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO «SALTADOR OPERACIONAL DE GRANDE ALTITUDE – (SOGA)»

Descrição:

– uma calote tipo “ASA” de um paraquedas de abertura manual, aberta; ao centro, entre os cordões de suspensão uma espada antiga em pala com meio voo, ambos à sinistra; sobreposto na espada, um capacete com máscara de oxigénio, tudo de prata.

Simbologia e alusão das peças:

– A CALOTE tipo “ASA” de um paraquedas, aberta, é o símbolo falante das Tropas Paraquedistas e identifica o domínio da técnica do salto em “Queda-Livre”;

– A ESPADA antiga simboliza o carater de forças de incursão e o seu elevado estado de prontidão operacional;

– O CAPACETE com MÁSCARA DE OXIGÉNIO faz alusão ao operador “SOGA” e à capacidade de atuação em pequenos grupos, infiltrados por aeronaves de longo alcance, através de saltos realizados a altitudes fisiológicas e não fisiológicas;

– O MEIO-VOO representa a mobilidade estratégica das forças aeroterrestres.

Os esmaltes significam:

– A PRATA, humildade e integridade.


Embarque de Saltadores Operacionais a Grande Altitude (SOGA) numa aeronave HÉRCULES C-130.
Embarque de Saltadores Operacionais de Grande Altitude (SOGA), das Tropas Paraquedistas, numa aeronave HÉRCULES C-130.

ALGUMAS REGRAS DE ATRIBUIÇÃO DO DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO DO CURSO  « SALTADOR OPERACIONAL DE GRANDE ALTITUDE – SOGA / (QUEDA-LIVRE OPERACIONAL)»

Pré-requisitos e objetivos:

– O candidato antes de iniciar a frequência do Curso «SOGA», já deve estar habilitado com o Curso de Precursor Paraquedista.

Após a conclusão, o curso qualifica o candidato na execução de infiltrações a muito grande altitude através de:

– Execução de saltos, com emprego de equipamentos de oxigénio, equipamento individual de combate, paraquedas tipo “asa”, seguindo ou não cargas de acompanhamento, integrado num grupo;

– Execução de saltos a muito grande altitude de perfil “HAHO” e “HALO”.


ALGUNS DADOS TÉCNICOS DO DISTINTIVO DE QUALIFICAÇÃO «SOGA»:

Cores:

– totalmente em prata velha e/ou fosca;

Dimensões:

– altura – 5,5 cm X largura – 3,7 cm

– diâmetro da máscara de oxigénio: 1,6 cm

Desenho gráfico do distintivo de qualificação «SOGA» com as dimensões oficiais. (Foto de Sucena do Carmo)

Desenho gráfico do distintivo de qualificação «SOGA» com as dimensões oficiais. (Foto de Sucena do Carmo)


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Versão em metal: o distintivo deve ser produzido a partir de uma liga de cobre (latão ou bronze) com acabamento por “banho de prata velha oxidada” com reverso-liso, e o “cunho” deve ser executado a partir de uma escultura(2) para permitir realçar os baixos e altos relevos que compõem todos os elementos heráldicos da peça; é fixado nos uniformes com dois fechos tipo “prego” (do tipo norte-americano), dispostos longitudinalmente no reverso para contrariar o seu desalinho nos uniformes. A estampagem em reverso-liso permitirá a gravação (facultativa) do número do distintivo.

Versão em pano / baixa visibilidade (para uso nos uniformes operacionais): o distintivo pode ser produzido a negro, bordado, sob fundo verde oliva e/ou camuflado ou em material vulcanizado nas mesmas cores, confecionado em cloreto de polivinil (PVC) pelo processo de modelagem a quente sobre um retângulo imitando tecido de padronagem camuflada ou verde oliva e/ou ainda em metal de cor totalmente escura (preta) sem brilho.

Para finalizar e como curiosidade não menos importante para os militares e colecionadores, é de realçar que a ordem evolutiva nos distintivos de qualificação aeroterrestre é propositada e regulada, permitindo, somente, que o militar habilitado nesta área use o distintivo de maior grau técnico, impedindo assim a exibição nos uniformes regulamentares de distintivos da mesma área, mas de menor grau técnico, simultaneamente.


Formação de um grupo «SOGA» em direção ao objetivo.

Formação de um grupo «SOGA» em direção ao objetivo.

NOTAS:

(*) Este percurso aeroterrestre aqui referenciado não foi exigido na totalidade aos militares do CTOE/Exército e DAE/Marinha para a frequência do Curso SOGA. Igualmente não foram exigidas as provas físicas preliminares.

(1) A autoria dos esboços e desenhos dos distintivos aeroterrestres devem-se aos seguintes militares: SAJ/PARAQ PEDRO MATOS (desenhos/concepção/composição); 1SAR/PARAQ PADILHA FERNANDES (desenho/Corel Draw); outros instrutores da QLA (Queda-Livre Assistida) também deram o seu contributo em alguns pormenores e no seu aperfeiçoamento. Os textos heráldicos foram elaborados pelo SCH/PARAQ ANTÓNIO E. S. CARMO.

(2) Com este tipo de fabrico, dificulta-se o processo de falsificação dos distintivos e o seu consequente “sucateamento”, levado a efeito por intermediários/comerciantes, cujo único objetivo é o lucro puro, ignorando a qualidade e beleza heráldica dos distintivos das Forças Armadas.

SUPORTE DOCUMENTAL

– CARMO, António E.S., «DISTINTIVOS E INSÍGNIAS DAS TROPAS PÁRA-QUEDISTAS PORTUGUESAS», Edição do Autor (em preparação);

– Despacho Nº166/CEME/11;

– Arquivo particular de Miguel Silva Machado & António E. S. Carmo;

– Testemunhos orais recolhidos pelo autor junto de militares da Companhia de Precursores da Escola de Tropas Pára-quedistas.

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