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VOAR SA-330 PUMA

Por • 28 Jun , 2012 • Categoria: 02. OPINIÃO Print Print

Publicamos hoje um artigo invulgar mas quanto a nós oportuno porque estamos “à vertical” do Dia da Força Aérea Portuguesa – 1 de Julho – e porque o objectivo da autora, Leónia Melo, é exactamente expressar o seu agradecimento a este ramo das Forças Armadas Portuguesas.

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O “Operacional” publica com alguma frequência artigos que nos são enviados pelos leitores, desde que as “normas de colaboração” sejam cumpridas. Muitas vezes conhecemos bem quem nos contacta para esse efeito, outras não. Infelizmente quer num caso quer noutro já tivemos que recusar artigos por não se enquadrarem nas ditas normas, mesmo que estas tenham grande latitude. No entanto a grande maioria tem sido partilhada com os leitores e versam áreas técnicas, opinião, memórias e reportagem. Os autores, quase e sempre, são pessoas que conhecem profundamente o meio em que se movem, os assuntos que abordam. Estas colaborações têm sido, do nosso ponto de vista, uma grande mais-valia para o “Operacional”.

O artigo de Leónia Melo é contudo uma história diferente do habitual. Interessante porque mostra bem o que o profissionalismo de uns poucos militares e a abertura das suas chefias podem fazer.

Passamos a transcrever o essencial do que nos foi escrito por esta mãe residente na Freguesia da Feteira, Concelho da Horta (Faial – Açores).

«Há cerca de dezoito anos atrás, tive a oportunidade de beneficiar dos serviços da Força Aérea Portuguesa, quando o meu filho nasceu prematuro de 32 semanas. O Gerson Melo Silva nasceu no Hospital da Horta, ao qual cheguei na minha viatura particular, tendo seguido cerca de três horas depois para o Hospital do Santo Espírito de Angra do Heroísmo, Ilha Terceira, porque no Hospital da Horta não havia ventiladores e de acordo com o relato da Pediatra da altura, era recomendável ele ser evacuado para o hospital da Terceira. Este tinha o equipamento necessário e com apenas 1.740gramas. Tinha o sistema respiratório muito frágil e ali ficou 20 dias até atingir os 2.200 gramas. Não sei precisar o tempo de voo do Hospital da Horta ao Hospital da Terceira, porque tive de ficar em cuidados no hospital, tendo o meu filho seguido no SA-330 PUMA com a equipa médica, mas o facto é que essa foi uma viagem marcante.
Fiquei de tal modo reconhecida que desde então jamais esqueci este ato de intervenção, pelo qual nunca terei meios de agradecer, tão nobre missão que estes profissionais, ao serviço da Força Aérea Portuguesa, me disponibilizaram.
Tenho vindo a fazer este relato, ao meu filho ao longo dos anos e não sei se devido a isso ou não, ele tornou-se um grande fascinado por aviação e vibra quando vê e ouve tudo o que são aeronaves. Inclusive, o sonho dele é ser piloto.
No ano 2010, ele tomou a liberdade de enviar um email para as relações públicas da Força Aérea Portuguesa, questionando algumas curiosidades, entre estas, o custo para voar alguns instantes num helicóptero e qual foi a sua surpresa quando recebeu, passados alguns dias, um contacto do Tenente Acácio Ferreira a dizer que no dia seguinte (10 Novembro de 2010), se ele estava disponível para fazer um voo com eles.

Como é óbvio ele ficou fascinado, mas ao mesmo tempo hesitante, pois tratava-se de algo que ele jamais pensaria acontecer, mas mesmo assim, no dia seguinte fui com ele até ao aeroporto, local combinado e ficamos a aguardar.
No horário previsto vimos a chegada do PUMA e ai não havia qualquer dúvida, era mesmo real o acontecimento.
O Gerson Melo Silva teve a oportunidade de dar um magnifico passeio de Puma, junto com tripulação da Força Aérea Portuguesa. Penso que nunca mais ele esquecerá todas estas experiências, nem a intervenção destes profissionais da Força Aérea Portuguesa em prol desta grande missão, que eles se dedicam.
Uma vez mais, o meu reconhecimento acrescido, pois fiquei sem palavras para agradecer tão nobre gesto.

Perante o exposto, a minha intenção é fazer um agradecimento público à Força Aérea Portuguesa, pela nobre intervenção em prol da população açoriana, em termos de ligação entre Ilhas, em situações de risco, pela qual tive a oportunidade de usufruir, aquando o meu filho nasceu, bem como pretendo fazer um agradecimento especial, pelo fato de a mesma também ter proporcionado ao fim de alguns anos, a oportunidade do meu filho poder voar, em circunstâncias diferentes, num PUMA».

É certo que os militares da Força Aérea seja em território nacional seja no estrangeiro “estão lá” é para isto, para apoiar as populações, para cumprir missões operacionais. Mas também é fácil perceber, através desta carta, que há muitas maneiras de cumprir a missão.

A autora agradece à Força Aérea Portuguesa, nós agradecemos à autora o facto de nos permitir dar a conhecer mais uma evidência do que é que se está a falar quando se refere que os nossos militares não só fazem o que a missão lhes determina como não raras vezes cultivam um modo especial de o fazer. Oportunidade ainda para recordar o SA-330 PUMA, na sua “segunda vida”, quando depois de retirado de serviço ainda teve que voltar ao activo, e exactamente no Arquipélago dos Açores.

Aqui fica a reportagem fotográfica do voo SA-330 PUMA 19502, a partir do aeroporto da Horta em 10 de Novembro de 2010, com a tripulação composta pelos «…Comandante Joaquim Gaspar, Piloto Acácio Ferreira, Mecânico de voo Pedro Carmo, Operador de Guincho João Pinheiro…» e, o Gerson Melo Silva como passageiro, concretizando um sonho que o acompanhava verdadeiramente desde o nascimento!

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