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VISITA AO N.R.P “BARTOLOMEU DIAS”

Aproveitando a activação da EUROMARFOR para a participação no “SWORDFISH” de 2010, o maior exercício realizado regularmente pela Marinha Portuguesa, o Operacional fez uma visita ao N.R.P. “Bartolomeu Dias”. Aqui deixamos um registo sobre este novo Navio da Republica Portuguesa e algumas imagens dos outros meios navais da força naval europeia que escalou Lisboa.

O NRP "Bartolomeu Dias", no dia que luto nacional decretado pela morte de José Saramago, e o "Comandante Bettica" da Marinha Italiana. [1]

O NRP "Bartolomeu Dias", no dia que luto nacional decretado pela morte de José Saramago, e o "Comandante Bettica" da Marinha Italiana.

Cais de Santa Apolónia em Lisboa
Manhã de Sábado no Cais de Santa Apolónia, 4 navios da EUROMARFOR, à disposição do público para visita. Dirigimo-nos ao “Bartolomeu Dias” e fazemos aquilo que se pode chamar uma visita guiada, ou seja, é-nos apresentado o navio quase e só exteriormente – excepto a ponte de comando que também foi vista – mas com bastante detalhe e tudo o que perguntamos é esclarecido. Naturalmente não se pretende aqui dar opinião técnica sobre este meio naval, apenas apresentar os seus principais componentes e sistemas de armas. Desde logo notar que não sendo o “último grito” da tecnologia, o facto de ter sido adquirido à Real Marinha Holandesa não lhe retira a modernidade e o valor acrescentado que veio trazer para o cumprimento das missões que Portugal necessita. Alguns dos seus sistemas são mesmo mais modernos que os da Classe “Vasco da Gama”.

Peça de 76mm "Oto Melara" [2]

Peça de 76mm "Oto Melara", pode fazer até 120 tiros por minuto e tem um alcance de 16Km em tiro de superfície 10Km em tiro anti-aéreo.

A peça de artilharia destina-se ao combate próximo a navios e aeronaves e para tiro contra-costa. [3]

A peça de artilharia destina-se ao combate próximo a navios e aeronaves e para tiro contra-costa.

Os dois reparos duplos dos misseis "Harpoon" [4]

Os dois reparos duplos dos misseis de longo alcance "Harpoon". Trata-se de um míssil superfície-superfície que podem atingir alvos a 70 milhas de distância. À direita, as duas antenas INMARSAT (para telefone e TV) e o Radar de Aviso Aéreo de Longo Alcance LW08.

Dois tubos lança-torpedos MK 46 (no outro bordo dispõe de outros dois), cuja finalidade é a busca e destruição de submarinos. Nestes navios o manuseamento dos torpedos (ao contrário por exemplo das "Vasco da Gama") é feito no interior do navio e por meios mecânicos. [5]

Dois tubos lança-torpedos MK 46 (no outro bordo dispõe de outros dois), cuja finalidade é a busca e destruição de submarinos. Nestes navios o manuseamento dos torpedos (ao contrário por exemplo das "Vasco da Gama") é feito no interior do navio e por meios mecânicos.

O convés de voo com o hangar para o Lynkx em fundo. Em cima , à direita, o "Goalkeeper" 30m que tem a missão primária de defesa anti-missil, mas também pode atingir meios aéreos e embarcações. [6]

O convés de voo com o hangar para o helicóptero em fundo. Em cima , à direita, o "Goalkeeper" 30m que tem a missão primária de defesa anti-míssil, ao centro (preto) o radar LW08 e à esquerda uma das antenas APECS para guerra electrónica.

O "Goalkeeper" dispara 4.200 tiros por minuto e as munições têm um alcance de 2Km. Também pode ser utilizado contra meios aéreos e de superfici, por exemplo pequenas embarcações. [7]

O "Goalkeeper" dispara 4.200 tiros por minuto e as munições têm um alcance de 2Km. Também pode ser utilizado contra meios aéreos e de superfície, por exemplo pequenas embarcações.

O hangar do navio tem capacidade para um helicóptero Lynx. [8]

O hangar do navio tem capacidade para um helicóptero Lynx.

Os procedimentos com aeronaves são muito rigorosos a bordo e todos os meios, mesmo os "mais descontraídos", são utilizados para evitar incidentes [9]

Os procedimentos com aeronaves são muito rigorosos a bordo e todos os meios, mesmo os "mais descontraídos", são utilizados para evitar incidentes

A ponte de comando. Nas cadeiras sentam-se: o Oficial de quarto; marinheiro ao leme; comandante. [10]

A ponte de comando. Nas cadeiras sentam-se: o Oficial de quarto; marinheiro ao leme; comandante.

A "roda de leme" do "Bartolomeu Dias". Logo por cima (digitos vermelhos) um dos mostradores electrónicos da bussula do navio (há vários destes repetidores da girobussula do navio pela ponte) [11]

A "roda de leme" do "Bartolomeu Dias". Logo por cima (dígitos vermelhos) um dos mostradores electrónicos da bússola do navio (há vários repetidores da girobússola do navio pela ponte)

Uma curiosidade, o monitor do sistema de video que peremite ver as operações no convés de voo. [12]

Uma curiosidade, o monitor do sistema de vídeo que permite ver as operações no convés de voo.

O 2º Tenente Falcão dos Santos explica as funções do painel de vsizualização da propulsão e do leme na Asa-Ponte (neste caso de estibordo). No fundopermite ao comandante, quando naquela posição, comandar dali o navio. [13]

O 2º Tenente Falcão dos Santos explica as funções do painel de visualização da propulsão e do leme na Asa-Ponte (neste caso de estibordo). No fundo permite ao comandante, quando naquela posição, comandar dali o navio.

O NRP “Bartolomeu Dias”, ex- Van Ness, na Marinha Portuguesa
Em 16 de Janeiro de 2009 a Marinha recebeu na Holanda, em Den Helder, o primeiro de dois navios que Portugal adquiriu a este país em 2006. Tratou se da fragata F833 “Van Ness” da classe classe “Karel Doorman”, agora designada F333 Navio da República Portuguesa “Bartolomeu Dias”, unidade inaugural desta nova classe da Marinha Portuguesa, que chegou a Lisboa em 30 de Abril de 2009. Seguiu-se a 15 de Janeiro de 2010, também na Holanda, a entrega da outra unidade desta classe, a F834 “Van Gallen”, que é hoje a F334 NRP “D. Francisco de Almeida” e que está em Portugal desde Março de 2010.
Das oito “Karel Doorman” que a Holanda construiu nos finais dos anos 80 apenas duas se mantêm ao seu serviço. As restantes foram vendidas à Bélgica (2) e ao Chile (2). As destinadas a Portugal estavam a navegar com pavilhão holandês desde 1994, têm valências de guerra anti submarina, guerra anti superfície e guerra anti aérea, podem embarcar os helicópteros Lynx da Marinha Portuguesa e apresentam compatibilidade operacional e uniformidade logística com as fragatas da classe “Vasco da Gama”.
Na Marinha estas novas unidades navais substituíram as duas últimas da classe “João Belo” que foram vendidas à Marinha do Uruguai em 2008 (“Comandante João Belo” e “Comandante Sacadura Cabral”) e uma que vai ser afundada em Portimão para servir de museu subaquático (“Comandante Hermenegildo Capelo”). No Uruguai as fragatas “Comandante João Belo” e “Comandante Sacadura Cabral” foram baptizadas “Uruguay” e “Cte. Pedro Campbel”, respectivamente.
Recorda se que durante um anterior governo português estava prevista e foi amplamente divulgada a intenção de substituir o “João Belo” por 2 navios provenientes dos EUA. A FFG 12 USS George Philip e a FFG 14 USS Sides, da classe Oliver Hazard Perry, que chegariam a “custo zero”, mas com a condição imposta pelos EUA da sua reparação e modernização (eram navios construídos nos finais dos anos 70 e entregues à US Navy em 1980 e 1981 e parados desde 2003) ser feita em estaleiros deste país.
A compra das fragatas à Holanda importou em cerca de 240 milhões de euros e a venda ao Uruguai terá resultado num encaixe de cerca de 13 milhões de euros.
O aumento oficial do “Bartolomeu Dias” ao efectivo dos navios da Marinha Portuguesa deu se em 16 de Janeiro pela portaria n.º 189/2009, do Ministro da Defesa Nacional, de 14 de Janeiro, publicada no Diário da República de 10 de Fevereiro de 2009.

À esquerda dos visitantes, os "Harpoon", em cima uma das antenas INMARSAT e o LW08 e no seguimento os contentores dos misseis "Sea Sparrow". São 16, oito em cada bordo, destinados à defesa anti-aérea de curto alcance (até 8 milhas) e são disparados verticalmente. [14]

À esquerda dos visitantes, os "Harpoon"; em cima uma das antenas INMARSAT e o LW08; de lado em baixo, os lança-torpedos; no seguimento os contentores dos misseis "Sea Sparrow". São 16, oito em cada bordo, destinados à defesa anti-aérea de curto alcance (até 8 milhas) e são disparados verticalmente.

A embarcação semi-rigida do navio (dispõe de duas, uma em cada bordo) e, ao seu lado o sistema semelhante do "Comandante Bettica" [15]

A embarcação semi-rígida - RHIB - do navio (dispõe de duas, uma em cada bordo) e, ao seu lado o sistema semelhante do "Comandante Bettica"

Um sistema de designação de alvos. [16]

Um sistema de designação de alvos (Target Designation Sight). Note-se que faltam uns binóculos no apoio superior.

O PROB, no fundo o terminal da "mangueira da gasolina", que é empregue para receber o combustivel, de um reabastecedor, durante a navegação [17]

O PROB, no fundo o terminal da "mangueira da gasolina", que é empregue para receber o combustível, de um reabastecedor, durante a navegação

Uma novidade na Marinha Portuguesa. As letras não são metálicas, mas gravadas com uma tinta especial. [18]

Uma novidade na Marinha Portuguesa. As letras não são metálicas, mas gravadas com uma tinta especial.

Aqui são bem visiveis as diferentes dimensões do "Bartolomeu Dias" e do "Comandante Bettica", o "patrulhão" italiano. [19]

Aqui são bem visíveis as diferentes dimensões do "Bartolomeu Dias" e do "Comandante Bettica", o "patrulhão" italiano.

Mesmo longe das 7.000 visitas que o "Bartolomeu Dias" teve num só dia em Aveiro (dia da Marinha 2009), a pouco e pouco as pessoas íam chegando. [20]

Mesmo longe das 7.000 visitas que o "Bartolomeu Dias" teve num só dia em Aveiro (Dia da Marinha 2009), a pouco e pouco as pessoas iam chegando num Sábado de manhã.

nrp-bartolomeu-dias-perfil [21]

EUROMARFOR
No cais de Santa Apolónia juntamente com a “Bartolmeu Dias” estavam: navio patrulha oceânico “Comandante Bettica” da Marinha Italiana; fragata “Méndez Núñes” da Marinha Espanhola; fragata “Montcalm” de França.
Embora nesta reportagem ocasionalmente apareçam estes navios, numa próxima reportagem vamos apresentá-los com mais detalhe, sobretudo a fragata espanhola. Mais afastado dos olhares dos visitantes o submarino que participa no “SWORDFISH 10”.
Esta Força Marítima Europeia (EUROMARFOR) foi activada em 17 e Junho, exactamente a bordo da fragata que hoje apresentamos, e o seu comando é exercido até Setembro de 2011 pelo Vice-almirante José Saldanha Lopes, Comandante Naval da Marinha Portuguesa.

O Vice-Almirante José Saldanha Lopes comanda a EUROMARFOR até Setembro de 2011 (Foto Marinha Portuguesa) [22]

O Vice-Almirante José Saldanha Lopes comanda a EUROMARFOR até Setembro de 2011. O primeiro oficial à esquerda (dos quatro perfilados em segundo plano) é o Comandante da "Bartolomeu Dias", Capitão de Mar-e-Guerra José Mirones (Foto Marinha Portuguesa)

Os quatro países membros da EUROMARFOR: França, Itália, Portugal e Espanha. [23]

Os quatro países membros da EUROMARFOR: França, Itália, Portugal e Espanha (foto Marinha Portuguesa).