O monumento erigido em Torres Vedras para honrar os seus naturais que morreram em combate no antigo Ultramar Português, foi palco de mais uma emotiva cerimónia, quando passam 14 anos da sua inauguração e 90 depois da criação na então Vila da «…delegação da Liga dos ex-Combatentes da Grande Guerra, em África, Mar e França…».
[1]Para uns a dor, ainda e sempre profunda, mas também a certeza que não são apenas os familiares que nunca esquecem o sacrifício derradeiro, de armas nas mãos, de muitos portugueses.
Em 5 de Junho de 2016 a cerimónia ficou marcada por dois momentos de elevado valor simbólico – foi nítido que tocaram fundo no sentir dos presentes – só por si bem ilustrativos do que une os antigos combatentes e suas famílias, um misto de patriotismo e camaradagem que permanece no tempo, não se esbate, parece mesmo aprofundar-se: familiares de torrienses mortos em campanha, homenagearam os seus entes queridos no monumento onde os seus nomes estão inscritos; dois antigos combatentes em Angola, foram condecorados com a Medalha Comemorativa das Campanhas das Forças Armadas Portuguesas.
Para uns a dor, ainda e sempre profunda, mas também a certeza ali bem visível que não são apenas os familiares que nunca esquecem o sacrifício derradeiro, de armas nas mãos, de muitos portugueses; a satisfação de ver finalmente, apesar do desleixo oficial de anos e anos seguidos, o seu esforço simbolicamente recompensado, para outros. Em ambos os casos com público reconhecimento.
Não nos parecem adequadas muitas mais palavras, esta foto-reportagem legendada esperemos que fale por si!
[2]A Escola das Armas do Exército, forneceu a Guarda de Honra. Apenas dois militares é certo, mas quanto baste para dar, juntamente com os elementos da Fanfarra do Exército, e os oficiais no activo presentes, a dignidade e simbolismo que o momento merecia. Bem-hajam!
[3]1.ª fila, da esquerda: Major Susana Pinto (Escola das Armas); Dra. Ana Umbelino (Vereadora Câmara Municipal de Torres Vedras); Tenente-Coronel Manuel Vilhena (Presidente Liga dos Combatentes/Torres Vedras); Tenente-Coronel Emanuel Sebastião (Escola de Sargentos do Exército); Eng. Francisco Martins (Presidente União das Freguesias de Torres Vedras).
2.ª fila, da esquerda: Sargento-Ajudante Obadia Nascimento (Presidente Liga dos Combatentes/Mafra); Sargento-Mor Santos Silva (Presidente Liga dos Combatentes/Vila Franca de Xira); Sargento-Ajudante Paulo Silva (Liga dos Combatentes/Caldas da Rainha); 2º Sargento Patrícia Carrilho (Comandante GNR/Torres Vedras).
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[7]Dois antigos combatentes, Abel Carvalho e Carlos Vale, transportam a coroa de flores do Núcleo de Torres Vedras.
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[9]Ao centro o Coronel Faustino Hilário, Secretário-Geral da Liga dos Combatentes, que presidiu ao acto, ladeado pela Vereadora Ana Umbelino e o Tenente-Coronel Manuel Vilhena. Silêncio em memória dos que combateram e morreram por Portugal em África.
[10]O Diácono Cruz, também antigo combatente de África, reza uma prece em memória dos mortos.
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[13]Este belo Monumento é um dos mais significativos e originais de Portugal. Foi inaugurado em 8 de Junho de 2002 e evoca os nomes de cinquenta e dois Torrienses que morreram na guerra do ultramar. É da autoria do já falecido Coronel José Núncio e resultou do trabalho realizado por uma Comissão Executiva criada para o efeito no âmbito da Assembleia Municipal de Torres Vedras.
[14]«A medalha comemorativa das campanhas das Forças Armadas Portuguesas é atribuída aos militares que tenham servido em situação de campanha. A medalha comemorativa das campanhas é concedida a quem tenha participado em operações militares ou desempenhado uma comissão durante um período mínimo de seis meses ou durante todo o tempo da sua duração»
[15]O Coronel Faustino Hilário e o Tenente-Coronel Emanuel Sebastião, impuseram as condecorações aos antigos combatentes, João Pereira Coutinho Almeida Lopes e Francisco Bernardo Nunes Andrade, respectivamente.
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[18]João Pereira Coutinho Almeida Lopes (à direita) foi condecorado pela sua comissão de serviço em Angola de 1968 a 1970 e Francisco Bernardo Nunes Andrade, também serviu em Angola de 1971 a 1974. O reconhecimento tardou e muito mas é com orgulho que o ostentam!
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[20]Associados da Liga dos Combatentes de Torres Vedras, antigos combatentes de várias armas e ramos das Forças Armadas. Da esquerda, Alfredo Santos (Exército/Angola); Costa Pereira (Força Aérea/Moçambique); Artur Machado(Exército/Angola); Carlos Sousa (Pára-quedista da Força Aérea/ Angola).
[21]Os anos passam, as fardas mudam, mas o sentimento de pertença à instituição militar, o orgulho por ter serviço a Pátria no Ultramar, não desaparece.
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[23]Não os esquecemos!
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