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OFICIAIS MILICIANOS PÁRA-QUEDISTAS DA FORÇA AÉREA PORTUGUESA (Volume II)

José da Fonseca Barbosa conclui com este livro o trabalho de investigação relativo aos Oficiais Milicianos Pára-quedistas da Força Aérea Portuguesa. Agora “As gerações do pós-Império” 1975-1993, aqueles que foram incorporados depois de terminada a Guerra do Ultramar. O trabalho vai muito para além destes militares, mergulha na realidade do Corpo de Tropas Pára-quedistas até à sua extinção na Força Aérea, com factos e números nunca antes compilados mas também opiniões, não só do autor como de muitos antigos milicianos.

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O II Volume deste trabalho de investigação está agora disponível!

Este trabalho apresenta um manancial de informação que até agora não estava disponível em nenhuma outra obra sobre as Tropas Pára-quedistas da Força Aérea Portuguesa. Quem tem interesse na História Militar de Portugal, sendo ou não pára-quedista, tem aqui muita informação útil com a enorme vantagem de conjugar opinião com factos e dados estatísticos inéditos.

Terminada a Guerra do Ultramar onde se cobriram de glória, as Tropas Pára-quedistas Portuguesas viram-se envolvidas logo em 1974 e 1975 na agitação político-militar reinante em Portugal, após o golpe militar de 25 de Abril de 1974. É ainda no rescaldo deste período que a nova investigação sobre os OfMilParaq se inicia. Mais uma vez com um detalhe insuperável José Barbosa mostra-nos todos os oficiais milicianos que passaram pelas Tropas Pára-quedistas. Se no período anterior (1955-1974) tinham servido como Oficiais Milicianos 166, agora (1975 -1993) esse número foi de 358! A organização pára-quedista cresceu e as exigências em termos de oficiais milicianos também. Sendo certo que a maioria estava transitoriamente ao serviço, destes muitos fizeram da vida militar profissão por ingresso no Quadro Permanente, quer através da Academia Militar do Exército quer do Curso de Formação de Oficiais da Força Aérea. Para se ter uma noção do que foi em termos numéricos para a organização pára-quedista nesta época estes 358 oficiais, note-se que nos mesmos 19 anos foram apenas “brevetados” 30 oficiais oriundos da Academia Militar do Exército.

Como é fácil perceber se o número de OfMilParaq aumentou exponencialmente, o número de páginas do livro também. São agora 689!

Mais uma vez deve ser referido que este é um livro de factos, o autor preocupou-se com os detalhes e escreveu o que a investigação documental e as entrevistas disseram, mas também tem uma componente de opinião. José Barbosa foi incorporado em 1976, estava ao serviço em 1993, logo viveu por dentro todo o período que a obra abrange, sendo naturalmente também ele um observador atento das realidades dessa época. 

Este período caracteriza-se por muitas alterações legislativas em relação ao serviço militar dos milicianos e à natureza dos cursos que frequentavam para atingir essa categoria – excepto o Curso de Pára-quedismo Militar que se foi mantendo. Tudo fundamentado na legislação, percorremos assim as diferentes modalidades que se foram sucedendo para um voluntário chegar a Aspirante! É neste período que surge uma sigla que marcou muitas gerações, “CGM”, ou Curso Geral de Milicianos, pela frequência do qual e com muitas variantes se chegava a Aspirante ou a Segundo-Furriel.

Capítulo 1 – Como foi! Havendo quem possa não ter comprado o primeiro livro (que neste momento já se encontra esgotado!), José Barbosa apresenta um resumo dos antecedentes que faz essa síntese e mostra os quadros globais desse período de 1955 a 1974.

Segue-se no mesmo capítulo, ano a ano até 1993, o que ía acontecendo, como e onde eram feitas as provas de admissão, designações dos candidatos, legislação publicada (e não foi nada pouca!) habilitações literárias exigidas, cursos realizados, nomes de oficiais que por um ou outro motivo fizeram algo inédito ou pioneiro, reorganizações das Tropas Pára-quedistas, os oficiais milicianos que regressaram do Ultramar, a alteração que deu inicio aos CGM, enfim, uma imensidão de factos que aqui ficam registados, bem assim como tabelas resumo de cada ano em termos de candidatos, eliminações e brevetamentos. Este capítulo é interessante ainda porque funciona aqui e ali quase como uma “fita de tempo” de alguns aspectos do Corpo de Tropas Pára-quedistas como por exemplo, o inicio da inclusão dos “Convocados” nos exercícios “Júpiter” mas é sobretudo muito completo – além dos dados numéricos já referidos – nos documentos legais em constante mudança e que em 1992 vem acabar com os CGM e iniciar os Cursos de Formação de Oficiais e Sargentos do Serviço Efectivo Normal (CFOSSEN).  É ainda aqui que ficamos a saber – para já só com números sem nomes – o que aconteceu a cada um dos 403 militares candidatos a oficiais milicianos que foram brevetados! Quantos morreram, foram dados incapazes, inaptos, despromovidos, os que ingressaram no QP e mesmo quantos dos que passaram à disponibilidade foram depois para diversas organizações. Mais tarde veremos isto e muito mais com os nomes!

Inclui ainda um texto do autor, baseado nas declarações dos entrevistados, respondendo a questões como “As razões pelas quais quiseram servir nos Pára-quedistas” e “O que encontraram”, seguindo-se depois áreas como a obtenção dos “brevets” estrangeiros, “os distintivos de identificação de Unidade” (e as condições de uso), “Rituais”, “As novas praxes”, “Instrução e formação”, “Curso de Pára-quedismo”, “CGM/CFOSSEN”, “Métodos de instrução”, “Aperfeiçoamento para oficiais milicianos”, “Curso básico aeroterrestre”, “Curso de Largadores”, “Curso de Instrutor de pára-quedismo”, “A Instrução Complementar” (com as dezenas de cursos que abrangia) e os exercícios e competições no estrangeiro.

No Capitulo 2 – Quem foram e quem são, o autor começa por fazer uma caracterização geral destes tempos novos (em relação ao período da Guerra) na instituição militar, especialmente nos pára-quedistas, mas sobretudo como ele próprio viu estas gerações de jovens que ali chegavam voluntariamente para se sujeitarem à dura formação e atingirem o seu objectivo, ser pára-quedista. Muitas declarações dos entrevistados são usadas para nos transmitir um panorama geral do que foi e como foi a vida e o trabalho dos milicianos nestes anos.

Ainda antes de entrar no “um a um”, uma tabela mostra-nos o que fizeram ou ainda fazem depois de cumprido o serviço militar como oficiais milicianos. Tudo o que se possa imaginar…ou quase!

Passamos ao “Individualmente” e, um a um, aqui estão todos! A esmagadora maioria com foto tipo passe e os dados mais relevantes da sua vida militar e o que fizeram depois até hoje. Uns mais outros menos, mas todos estão aqui referenciados.

O Capítulo 3 – O que fizeram e como fizeram, com muitos dados estatísticos, insere os “tempos de serviço”, “funções desempenhadas”, “colocações”, “actividade operacional”, “os instrutores de pára-quedismo”, “os praticantes de queda-livre”, “os operacionais aeroterrestres”, “os desportistas competidores” e “curiosidades” onde são referidos casos únicos ou muito invulgares.

Segue-se o Capitulo 4 – Imagens de um tempo passado, um caderno fotográfico com cerca de 180 imagens onde muitos milicianos e não só aparecem nas mais diversas situações e épocas.

O Capitulo 5 – Retrospecção, no qual José Barbosa responde às suas próprias perguntas sobre no fundo o que são as Tropas Pára-quedistas o que é o Militar Pára-quedista? É uma resposta longa, fundamentada no Modelo de Instrução com o Quadro de instrutores, os Subalternos, os Sargentos; o Sistema de Ensino; os Pensadores; O espírito CGM – um estudo de caso; Os que ingressaram como Praças Pára-quedistas; Integração e aceitabilidade; a Passagem pela Academia Militar; o Balanço feito; Ensinamentos; Epítome e Mensagem aos novos.

O Capítulo 6 – Depoimentos / Testemunhos, refere-se ao pedido do autor à colaboração dos interessados para dar a sua opinião sobre o que foram para eles “Os Oficiais Milicianos Pára-quedistas na História das Tropas Pára-quedistas”. São 127 depoimentos, muitos outros participaram com informações/fotos para o livro mas não desejaram escrever este “documento”. São 308 páginas de histórias pessoais, opiniões, factos, amizades, criticas, que nos transportam para estas duas décadas da história das tropas pára-quedistas, por pessoas tão diferentes quanto se possa imaginar…mas com um elo de ligação: foram oficiais milicianos pára-quedistas.

Capitulo 7 – Os que já partiram para a Grande Zona de Reunião

Destaco ainda o Anexo que reporto de muito interessante, porque torna evidente em termos numéricos, a relevância dos Oficiais Milicianos quando comparados com os números dos Oficiais da Academia Militar do Exército e dos do Serviço Geral Pára-quedista da Força Aérea Portuguesa. José Barbosa insere nestes quadros os elementos respeitantes aos períodos abrangido pelos dois livros, isto é de 1955 a 1993.   

O livro é uma edição de autor e só pode ser adquirido escrevendo para o e-mail: j_p_barbosa@hotmail.com 

 

Leia aqui o nosso comentário ao Volume I : OFICIAIS MILICIANOS PÁRA-QUEDISTAS DA FORÇA AÉREA PORTUGUESA (Volume I) [2]

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