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O CEP, OS MILITARES SACRIFICADOS PELA MÁ POLÍTICA

A participação portuguesa na 1.ª Guerra Mundial continua a ser objecto de investigação, estudo e divulgação. Como não raras vezes acontece, quando de procuram novas fontes, novas realidades são dadas a conhecer. Foi este o caminho que os autores – António José Telo e Pedro Marquês de Sousa – procuraram fazer, e o trabalho que desenvolveram na Academia Militar onde são professores, está publicado e…sujeito a polémica! São os próprios que o justificam: “…como é fatal quando se pretende dar uma explicação sobre um assunto tão importante e tão deturpado como o CEP“.

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A obra foi lançada em Junho deste ano, está disponível no mercado livreiro, e segundo o Major-General Vieira Borges, comandante da Academia Militar e também ele autor e estudioso da temática, “Esta é uma daquelas obras que vai marcar, profundamente, a historiografia portuguesa, designadamente no que respeita ao Corpo Expedicionário Português e à participação portuguesa na Grande Guerra” (in Revista Militar, Junho/Julho 2016).

Estamos perante uma edição da “Fronteira do Caos”, com 500 páginas, capa dura, profusamente ilustrada com fotografias, quadros e mapas, cujo índice abaixo publicamos e que abrange, além da Introdução que transcrevemos, 8 capítulos e conclusões.

Trata-se de um trabalho muito abrangente, começa bem antes do início da participação portuguesa no conflito, e termina com a derrota de La Lys: “Os Portugueses podem gabar-se de, através do seu involuntário sacrifício a 9 de Abril, terem contribuído para este fracasso estratégico Alemão. O Lys, ao contrário do que quase todos os autores referem, é um acontecimento charneira. Foi onde a Alemanha desperdiçou a última oportunidade de vencer a guerra. Foi onde os Aliados aperfeiçoaram o esquema de cooperação, entre os três grandes exércitos (GB, França, EUA) que lhes deus a vitória 8 meses depois“.

As fotografias inseridas na obra têm qualidade variável como se compreende pela época a que reporta, muitas foram retiradas de publicações da altura, naturalmente sem grande qualidade, outras de arquivos oficiais são excelentes, várias cujos originais foram coloridos, o que não sendo uma técnica pacífica para muitos estudiosos do tema tem o seu interesse, dá uma imagem diferente do habitual. Os quadros e mapas, e são muitos, ajudam à compreensão dos assuntos em causa, seja em termos de organização, efectivos e baixas seja em relação ao desenrolar das operações, dando uma boa ideia quer do quadro mais geral na frente de batalha, quer nos detalhes da participação nacional nos combates. A capa, bem conseguida, é uma gravura de Sofia Melo, sobre uma excelente foto de Arnaldo Rodrigues Garcês (1885-1964), que cobriu a preparação do Corpo Expedicionário Português em Tancos e depois, como “Alferes Equiparado” esteve na frente de batalha.

Do capítulo referente às conclusões (são 14 a páginas 477/489), destacamos “O CEP é um caso de estudo ideal, pois não só é em quase tudo o contrário do que deve ser uma força militar, como ilustra muito bem a complexidade das relações entre o interno e o externo, os políticos e os militares, os militares de carreira e os restantes, os grandes e os pequenos poderes. É igualmente ideal para estudar inúmeros aspectos da área militar, como a liderança, as operações conjuntas e combinadas, as tácticas e o planeamento“.

O livro tem formato 19,5×26,5cm, ISBN 978-989-8647-54-2, preço de venda 40,00€ nas livrarias, e também pode ser encomendado para fronateiradocaos@netcabo.pt [2]

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