MUSEE ROYAL DE L’ARMEE ET D’HISTOIRE MILITAIRE
Por Miguel Machado • 31 Jul , 2011 • Categoria: 03. REPORTAGEM, 14.TURISMO MILITAR![Print Print](https://www.operacional.pt/wp-content/plugins/wp-print/images/print.gif)
Visitamos o Koninklijk Museum van het Leger en de Krijgsgeschiedenis / Musée royal de l’Armée et d’Histoire militaire (Real Museu das Forças Armadas e de História Militar, em tradução livre), e deixamos aqui as nossas impressões e algumas imagens.
![1-l1130498-copy O Arico do Cinquantenário em Bruxelas. Passando as arcadas e virando à esquerda, está na entrada prinbcipal do Museu.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/1-l1130498-copy.jpg)
O Arco do Cinquentenário em Bruxelas. Passando as arcadas e virando à esquerda, está na entrada principal do Museu.
Como sempre acontece nestas casos, o que aqui mostramos aos nossos leitores é apenas uma selecção do muito que há para ver neste grande museu militar da capital belga.
Localizado num dos locais de maior simbolismo de Bruxelas, o Parque do Cinquentenário – construído por ocasião das comemorações do 50.º aniversário da independência do Reino da Bélgica e da Exposição Universal de 1910 – o Museu (que tem entrada gratuita, coisa raríssima na Europa nos dias de hoje!), ocupa desde 1923 a ala norte de um complexo de pavilhões de enormes dimensões que ladeiam o monumental arco que é um dos ex-libris da cidade.
Desde que ali se instalou o museu foi sendo enriquecido com elementos museológicos das diferentes épocas históricas, muitas estavam dispersas por outros locais do Reino das Bélgica sobretudo quartéis, outros museus nacionais e também estrangeiros.
O visitante tem à sua disposição, além da recepção, loja e centro de documentação, um conjunto de áreas de exposição de que destacamos: sala histórica (1815-1914); sala 1914-1918; hall Bordiau (1918-1945); sala de armas e armaduras; grande hall. Gédéon Bordiau foi o arquitecto encarregado pelo rei Leopoldo II de construir o complexo do cinquentenário. Parte destes espaços têm elementos fixos, outros apresentam exposições temporárias e outros vão mudando de conteúdo ao longo dos anos acompanhando as novas técnicas de “contar a história” que o desenrolar do tempo vai aperfeiçoando.
Das salas em que literalmente nos encontramos perante um “armazém de armas” e de vitrinas cheias manequins em uniforme, a locais onde pequenos episódios de grandes batalhas nos são apresentados através de uma criteriosa selecção de documentos, armas, uniformes e insígnias, até a uma profusão de aeronaves de todos os tipos e épocas que o grande hall expõe, e ainda por dois pátios, um com blindados e outros com embarcações, o museu vale bem uma visita demorada.
Um aspecto que nos saltou à vista e que não é vulgar em museus militares estrangeiros que temos visitado, é a exposição de peças portuguesas. Na realidade em diversas áreas do museu podemos constatar a existência de documentos, condecorações e outros elementos museológicos relativos ao nosso país e inclusive um F-86 com a “Cruz de Cristo” (ver fotos e legendas).
Na ocasião em que fizemos a visita havia várias exposições temporárias, nomeadamente uma dedicada aos mais novos «War & Game (s)», outra relativa aos «Soldados Belgas na Alemanha 1945-2002», que assinala o 60.º aniversário das relações diplomáticas entre a República Federal da Alemanha (RFA) e o Reino da Bélgica. Os alemães não esqueceram que a Bélgica foi o primeiro estado europeu a reconhecer a RFA em 1951 e esta exposição foi promovida pela Embaixada da Alemanha em Bruxelas. Trata-se de uma área com muitos documentos fotografias e alguns uniformes e equipamento deste período da “Guerra-Fria”. Por cá acho que não há muito a noção do que foi esta época, mas note-se bem que durante anos e anos a maioria do Exército Belga estava aquartelado na RFA, a maioria dos jovens belgas (centenas de milhares) ali cumpriam parte do seu serviço militar obrigatório e que muitos dos militares dos quadros permanentes e suas famílias ali viveram muitos anos. A área de ocupação militar inicial – 1945/1955 (e depois de permanência no âmbito da NATO), como está ilustrado numa das fotos abaixo, era enorme, desde a fronteira belga, passando o Reno e chegando ao Weser.
Aqui fica então a nossa reportagem fotográfica desejando que os leitores possam também eles ter uma passagem pelo Real Museu das Forças Armadas e de História Militar da Bélgica, na certeza que será tempo bem empregue – e é necessário tempo, isto não se vê bem a correr! – não esquecendo a loja que tem uma enorme quantidade de publicações sobre temática militar, mesmo livros e revista já bem antigos porventura difíceis de encontrar no mercado livreiro, além de toda a espécie de recordações e muitos “kits”.
![3-l1130576-copy ...e está recheada de peças expostas propositadamente "à moda antiga". Um museu dentro do museu, para o visitante ver não só o conteudo mas uma forma de expor que...é história.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/3-l1130576-copy.jpg)
...e está recheada de peças expostas propositadamente "à moda antiga". Um museu dentro do museu, para o visitante ver não só o conteúdo mas uma forma de expor que...é história.
![4-l1130577-copy Um vitrine na Sala Histórica mostra-nos documentos portugueses relativos à presença de forças belgas em Portugal...](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/4-l1130577-copy.jpg)
Uma vitrina na Sala Histórica mostra-nos documentos portugueses relativos à presença de forças belgas em Portugal no reinado de D. Maria II e ...
![5-l1130579-copy «MANDA SUA MAJESTADE A RAINHA FIDELISSIMA participar ao Coronel Pierre Joseph Le Charlier, Commandante do Corpo d'Atiradores Belgas que, attendendo á maneira briosa com que se tem condusido esse Corpo... ...deverão trazer pendente sobre o peito esquerdo de fita das cores nacionaes, metade azul, e a outra metade branca...» Assina, 24 de Deembro de 1834, o Duque da Terceira.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/5-l1130579-copy.jpg)
...«MANDA SUA MAJESTADE A RAINHA FIDELÍSSIMA participar ao Coronel Pierre Joseph Le Charlier, Commandante do Corpo d'Atiradores Belgas que, attendendo á maneira briosa com que se tem condusido esse Corpo... ...possão usar da medalha constante do modello... ...deverão trazer pendente sobre o peito esquerdo de fita das cores nacionaes, metade azul, e a outra metade branca...» Assina, 24 de Dezembro de 1834, o Duque da Terceira.
![6-bruxelas2011-071-copy Em primeiro plano, à direita, uma colecção da Casa Real, com armas usadas por membros da familia real ao longo dos anos.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/6-bruxelas2011-071-copy.jpg)
Em primeiro plano, à direita, uma colecção da Casa Real, com armas usadas por membros da família real ao longo dos anos.
![7-l1130639-copy A sala dedicada à Grande Guerra tem uma enorme colecção de armamento de todo tipo e de usado no conflito por vários países, aliados ou não.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/7-l1130639-copy.jpg)
A sala dedicada à Grande Guerra tem uma enorme colecção de armamento de todo tipo e usado no conflito por vários países, aliados ou não dos belgas.
![8-bruxelas2011-063-copy Mesmo com muito material esta sala está hoje substancialmente mais arejada que no passado e alguns elementos até já estão dispostos de modo a dar ideia de sua utilização em combate.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/8-bruxelas2011-063-copy.jpg)
Mesmo com muito material esta sala está hoje substancialmente mais arejada que no passado e alguns elementos até já estão dispostos de modo a dar ideia de sua utilização em combate.
![9-bruxelas2011-018-copy Um "Fahrpanzer" co canhão de 5.3 cm de tiro rápido que podia ser usado sobre carris em trincheiras ou rebocado por cavalos.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/9-bruxelas2011-018-copy.jpg)
Uma entre muitas curiosidades expostas, um "Fahrpanzer" alemão com canhão de 5.3 cm de tiro rápido que podia ser usado sobre carris em trincheiras ou rebocado por cavalos.
![10-l1130605-copy Neste espaço (época entre as duas guerras mundias) onde são apresentadas as mais altas condecorações de muitos países, Portugal está "representado" pela Banda das Três Ordens e pela Ordem Militar da Torre e Espada.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/10-l1130605-copy.jpg)
Neste espaço (época entre as duas guerras mundiais) onde são apresentadas as mais altas condecorações de muitos países, Portugal está representado pela "Banda das Três Ordens" e pela "Ordem Militar da Torre e Espada do Valor, Lealdade e Mérito".
![11-l1130611-copy A participação portuguesa na Guerra Civil de Espanha no campo Nacionalista é lembrada por um galhardete da Legião Condor onde as cores da Bandeira Portuguesa se junta às dos outrso aliados de Franco e um capacete da Legião Portuguesa recorda esta organização do Estado Novo.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/11-l1130611-copy.jpg)
A participação portuguesa na Guerra Civil de Espanha é lembrada por um galhardete da Legião Condor onde a Bandeira Portuguesa se junta às dos outros aliados dos Nacionalistas. Um capacete da Legião Portuguesa recorda esta organização do Estado Novo criada na época.
![12-l1130600-copy O caminho para a 2.ª Guerra Mundial desde a revolução bolchevique na Rússia e a tomada do poder em Itália por Mossulini e Hitler na Alemanha, estão presentes com muitos uniformes, insignias, armas, filmes e outros elementosa destes países e suas organizações.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/12-l1130600-copy.jpg)
O caminho para a 2.ª Guerra Mundial desde a revolução bolchevique na Rússia e a tomada do poder em Itália por Mussolini e Hitler na Alemanha, estão presentes com muitos uniformes, insígnias, armas, filmes e outros elementos destes países e suas organizações paramilitares.
![13-l1130590-copy Um peça de fabrico belga FRC 120mm m/1931 (Fonderie Royal de Cannons, Liége), e um pequeno "canhão auto-motor" 47mm T-13 (Vickers-Carden Loyd 13), material usado pelo Exército Belga na 2.ª Guerra Mundial.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/13-l1130590-copy.jpg)
Um peça de fabrico belga FRC 120mm m/1931 (Fonderie Royal de Cannons, Liége), e um pequeno "canhão auto-motor" 47mm T-13 (Vickers-Carden Loyd 13), material usado pelo Exército Belga na 2.ª Guerra Mundial.
![14-l1130636-copy Parte do Hall , onde podemos ver ao fundo a exposição alusiva à presença belga na Alemenha, em baixo uma viatura de fabrico inglês Daimler MK II "Dingo" (a esquerda) também usado pelos belgas em Inglaterra e um Kubelwagen Kfz1. KdF/VW 82](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/14-l1130636-copy.jpg)
Parte do Hall Bordiau onde podemos ver ao fundo a exposição alusiva à presença belga na Alemanha, em baixo uma viatura de fabrico inglês Daimler MK II "Dingo" (a esquerda) também usado pelos belgas e um Kubelwagen Kfz1. KdF/VW 82 alemão. À direita em cima a reconstituição de uma casamata. Também no respeitante à 2.ª guerra mundial são apresentados muitos elementos respeitantes quer aos Aliados quer ao Eixo.
![15-l1130613-copy Também povo usual num museu militar, as vitimas civis: refugiados na 2.ª Guerra Mundial.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/15-l1130613-copy.jpg)
Pouco usual num museu militar, aqui são lembradas as vitimas civis: refugiados na 2.ª Guerra Mundial.
![16-l1130614-copy Infantaria belga no País de Gales, preparando-se para a invasão, com material e fardamento inglês.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/16-l1130614-copy.jpg)
Infantaria belga no País de Gales em 1941 com material ("bren carrier") e fardamento inglês. Ao fundo uniformes das tropa coloniais belgas.
![18-l1130621-copy Os "navios da Liberdade" que atravessavam o Atlântico carregados de material de guerra "made in USA" em direcção ao Reino Unido e à Rússia.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/18-l1130621-copy.jpg)
Os "navios da Liberdade" que atravessavam o Atlântico carregados de material de guerra "made in USA" em direcção ao Reino Unido e à Rússia.
![19-bruxelas2011-015-copy Páraquedista americano em 1944. O assalto Aliado à Normandia, que também conduziria à libertação da Bélgica, está muito presente no museu.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/19-bruxelas2011-015-copy.jpg)
Pára-quedista americano em 1944. O assalto Aliado à Normandia, que também conduziria à libertação da Bélgica, está muito presente no museu...
![21bruxelas2011-058-copy O all princiaplk do museu alberga uma variedade enorme de aeronaves de asa fixa e rotativa de vários países do mundo e épocas.](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/21bruxelas2011-058-copy.jpg)
O enorme hall principal do museu alberga uma grande variedade de aeronaves de asa fixa e rotativa de vários países do mundo e épocas...
![22-bruxelas2011-034-copy ..com aeronavesque estiveram em uso na Bélgica mas algumas outras que não como várias provenientes dos países do Pacto de Varsóvia...](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/22-bruxelas2011-034-copy.jpg)
..com aeronaves que estiveram em uso na Bélgica mas algumas outras que não como várias provenientes dos países do Pacto de Varsóvia...
![25l1130627-copy Curiosa esta sala dedicada às "relações Leste-Oeste" (dizemos nós!), onde um quadro de grandes dimensões, oferecido em 2001 pela Federação Russa, mostra na actualidade, um oficial russo a explicar a três oficiais das potencias vencedoras da 2.ª Guerra Mundial e depois membros da NATO (USA, Reino Unido e França), o sucedido na Batalha de Kursk. Ligeiramente afastado (à esquerda), olhando o quadro, um oficial também de um país da NATO, um alemão. Na direita um antigo combatente russo em cadeira de rodas aproxima-se](http://www.operacional.pt/wp-content/uploads/2011/07/25l1130627-copy.jpg)
Curiosa esta sala dedicada às "relações Leste-Oeste" (dizemos nós!), onde um quadro, oferecido em 2001 pela Federação Russa, mostra, na actualidade, um oficial russo a explicar a três oficiais das potencias vencedoras da 2.ª Guerra Mundial e depois membros da NATO (USA, Reino Unido e França), o sucedido na Batalha de Kursk. Ligeiramente afastado (à esquerda), olhando o quadro, um oficial também de um país da NATO, um alemão. Na direita um antigo combatente russo em cadeira de rodas aproxima-se empurrado pela filha, e mais atrás a sua neta olha desinteressada da batalha para uma imagem com a bandeira comunista (não visível na foto)
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