O MILIPOL PARIS dedicado a equipamentos militares e policiais conheceu mais uma edição. Um nosso colaborador, de visita a este “ponto de encontro” dos especialistas na matéria, um dos de maior relevância internacional, conta-nos um pouco do que viu e tece comentários que merecem reflexão.
Nos dias 18 a 21 de Outubro realizou-se sob a égide do Ministério do Interior Francês, o MILIPOL PARIS 2011, no qual estiveram presentes 888 expositores de 47 países, tendo o número de visitas excedido os 27.000 profissionais e 110 delegações oficiais.
Este ano e no respeitante ao número de expositores presentes, a crise internacional também se fez notar, pois o número de expositores aumentou somente em 1 unidade e o número de visitantes diminuiu em cerca de 600 profissionais.
Como é apanágio deste certame, foram apresentados novos equipamentos bem como outros já bem conhecidos pontuados aqui e ali por actualizações naturais fruto da experiência ganha nos actuais teatros de operações.
No ponto de vista técnico, acentua-se cada vez mais a presença de tecnologia de ponta, quer em qualidade quer em quantidade de alguns equipamentos militares, sobretudo no respeitante a sistemas C4i, veículos Drones não tripulados e outros gadgets muito interessantes que já roçam o “State of Art” da ficção cientifica, equipamentos estes que irão cada vez mais exigir operadores humanos dotados de grande inteligência, capacidade técnica e táctica.
Forte nota para a tendência dos equipamentos individuais do combatente serem cada vez em menor oferta de variedade, assistindo-se assim à presença de equipamentos muito semelhantes e dispondo de capacidade modular, a qual permite construir um sistema verdadeiramente funcional em torno do combatente, capaz de integrar e interagir com diferentes equipamentos e armamentos. Em resumo, o equipamento individual do combatente actual e do futuro, irá de permitir uma polivalência de utilização de acordo com as rápidas mudanças do emprego operacional das forças militares e policiais.
[4]Acentua-se cada vez mais a presença de tecnologia de ponta, nomeadamente nos "drones", cada vez mais utilizados nos campos de batalha da actualidade... (Foto MiliPol)
[5]...ou nos equipamentos individuais, como este "soldado do futuro", um dos vários apresentados em Paris (Foto MiliPol).
[6]Uma constante, a marcada presença de militares auxiliando a indústria de defesa dos respectivos países (Foto MiliPol)
Matéria para reflexão
Finalmente, constata-se uma vez mais que as forças militares e de segurança Portuguesas, ao contrário das muitas delegações oficiais militares e polícias doutros países, não se fazem representar de modo forte e profissional neste tipo de certames. Esta infeliz situação talvez se deva a motivos “culturais terceiro-mundistas” com receios de que os nossos os militares e polícias trajando uniforme durante as visitas aos diversos fabricantes, possam ser conotados de modo pejorativo pela opinião pública ou por qualquer outro “Adamastor”. Ora aqui está precisamente uma barreira que é preciso urgentemente derrubar, pois não há maior prova de profissionalismo e transparência para a opinião pública, do que estar presente em todos e cada certame dedicado às questões dos equipamentos militares e polícias. Continuando na nossa malfadada “tradição” de só sabermos o que existe baseado no que vemos nos nossos aliados, na TV, nos jogos dos computadores dos nossos filhos e por meio das empresas que representam os fabricantes, nunca conseguiremos prever e desenvolver um caminho sóbrio e independente que nos permita a liberdade para adquirir equipamentos militares e policiais deveras eficientes tendo em conta a realidade económica do nosso país e o emprego operacional dos nossos profissionais Castrenses e Policiais. Como nota de recomendação final e no caso deste cenário vir a sofrer alterações, as futuras delegações devem incluir, à imagem dos nossos aliados, graduados com forte índole operacional e experiência no terreno, pois só esses conseguem verdadeiramente pensar e sentir as necessidades materiais.
Sobre a MILIPOL
A Milipol Paris, desde a sua criação em 1984, tem-se afirmado como um dos grandes encontros de profissionais militares e das forças de segurança. Em constante desenvolvimento, o certame Milipol Paris é a montra dos produtos de tecnologia e serviços de segurança pública e industrial.
Alguns calendários de futuros certames:
17-20 Janeiro 2012 – Shot Show / Las Vegas, EUA
14-16 Fevereiro 2012 – Aerocon / Califórnia, EUA
17-21 Fevereiro 2012 – IDEX / Abu Dhabi, EAU
9-12 Março 2012 – IWA 2012 / Nuremberga, Alemanha
21-22 Março 2012 – Avionics Europe / Munique, Alemanha
25-26 Abril 2012 – Counter Terror Expo / Londres, UK
8-10 Maio – Sofex / Amman, Jordânia
11-15 Junho 2012 – Eurosatory 2012 / Paris, França
2012 – Defence & Security Equipment International (DSEi) / Londres
[11]Panfleto ilustrativo da capacidade modular dos capacetes Opscore, permitindo uma adaptação a todos os tipos de equipamentos passíveis de serem utilizados num capacete de combate.
[12]Soluções balísticas do fabricante Norueguês NFM, com destaque para os monólitos cerâmicos de formato hexagonal os quais conferem uma maior superfície de protecção. Ao fundo da imagem capacetes Opscore
[13]Mira avançada com sistema de controlo de fogo da Rheinmetall para lança granadas 40x53mm de alta velocidade, metralhadoras 12,7mm e armas anti-carro. Este sistema permite obter muito rapidamente soluções de fogo directo e e indirecto com fortes probabilidades de impacto no alvo ao primeiro tiro.
[14]Dado o já significativo número de H&K G36 ao serviço nas nossas Forças Armadas e de Segurança, realce para a nova coronha das espingardas H&K G36 com capacidade de regulação em altura do apoio da face, no comprimento e rebatível (permitindo a realização de fogo nesta posição).
[15]A nova metralhadora 7,62mm HK MG121 foi uma das atracções do stand do fabricante Alemão Heckler & Koch. Esta metralhadora já se encontra ao serviço das Forças Armadas Alemãs e visa substituir as MG3 e MG42 na função de metralhadora de apoio.
[16]Metralhadora HK MG4 calibre 5,56mm (arma no topo), já ao serviço na GNR e nas nossas Forças Armadas, nomeadamente na Força Aérea e no Exército. São bem visíveis as semelhanças físicas entre as HK MG4 e a HK MG121, contudo não existe comparação possível entre as duas armas, uma vez que mecanicamente existem diferenças assinaláveis.
[17]A metralhadora "Dillon Aero" 7,62mm, tipo "Gatling" , com uma cadência de tiro de 3.000 tpm (Foto MiliPol).
[18]Estes "robots", bem conhecidos entre nós onde "prestam serviço" quer nas forças armadas quer nas forças de segurança, continuam a evoluir (Foto MiliPol).
[19]As armas e equipamentos do futuro estão em grande medida, já hoje, disponiveis no mercado (Foto MiliPol).







