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ARMAS DA BRIGADA DE REAÇÃO RÁPIDA

Apesar da profunda alteração organizacional e mudança de designação de Brigada Aerotransportada Independente para Brigada de Reação Rápida, a heráldica para a nova Grande Unidade do Exército Português, manteve-se. Muito recentemente as Armas da BrigRR foram alteradas com a inclusão da Medalha de Ouro de Serviços Distintos, atribuída à BAI em 1997. António Sucena do Carmo, escreve sobre o assunto.

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Armas da Brigada de Reação Rápida (Imagem cedida pela DDHM/Sec Heráldica)

ANTECEDENTES

01 de Janeiro de 1994: por decisão política plasmada no DL Nº27/94 de 05FEV, é extinto o Corpo de Tropas Paraquedistas (CTP) da Força Aérea e ativados, no Exército, o Comando das Tropas Aerotransportadas (CTAT) e a Brigada Aerotransportada Independente (BAI). Integraram o CTAT/BAI o pessoal militar e civil do CTP, o pessoal militar do Exército da especialidade “comandos”, e outro pessoal oriundo das diversas armas e serviços que frequentaram com aproveitamento o Curso de Paraquedismo Militar (175º Curso), ministrado na então Base Escola de Tropas Paraquedistas (atual Regimento de Paraquedistas).
O dispositivo do CTAT, bem como das unidades e órgãos seriam distribuídos por três núcleos, assim localizados e previstos no Despacho Nº31/CEME/08MAR1994:
– COMANDO (antiga Base Aérea Nº3); ESCOLA DE TROPAS AEROTRANSPORTADAS (ETAT); ÁREA MILITAR DE SÃO JACINTO (AMSJ).
Entretanto procedia-se ao levantamento de outras unidades (previstas) e que iriam constituir a orgânica da BAI: GAC; ERec; BTrAA; e CEng.
O CTAT (agora aquartelado nas infraestruturas da extinta Base Aérea Nº3) passou a ser o fiel depositário das tradições e do património histórico das extintas unidades das Tropas Paraquedistas e do Regimento de Comandos (Amadora) e às suas “novas” unidades atribuídos brasão de armas e bandeira heráldica, bem como um dia festivo (dia da unidade) para “…a consagração da respetiva memória histórica.
Esta primeira orgânica do CTAT e da BAI manteve-se durante os primeiros anos de atividade operacional, devendo ser realçado o seu caráter expedicionário em representação “…do Exército e das Forças Armadas, contribuindo para o esforço internacional de apoio à paz em apoio da política externa do Estado Português, através do envolvimento das suas subunidades em missões internacionais…” nos seguintes teatros de operações: Bósnia-Herzegovina, Kosovo e Timor-Leste.
Em 2005 no âmbito do famigerado processo de reorganização do Exército, auto-intitulado “Transformação do Exército”, a BAI entroncou na sua orgânica unidades até então na dependência de outras estruturas de comando, e conforme a Diretiva Nº 5/CEME/23MAI2005 adota nova designação – BRIGADA DE REAÇÃO RÁPIDA (BrigRR) – designação que mantém no presente ano em que comemora o seu 11º Aniversário (2005 – 2016).

ARMAS DA BRIGADA AEROTRANSPORTADA INDEPENDENTE (BAI)

Consumada a extinção do Corpo de Tropas Paraquedistas (CTP) da Força Aérea e do Regimento de Comandos, tornou-se imperativo a atribuição e ordenação de novas armas às unidades do CTAT/BAI conforme o Regulamento de Heráldica do Exército (Portaria Nº213/24MAR1987).
É neste âmbito que são ordenadas, entre outras, ao abrigo do artigo 59º da Portaria Nº213/24MAR1987, as Armas da BRIGADA AEROTRANSPORTADA INDEPENDENTE (BAI) aprovadas pelo Despacho Nº36/CEME/29JAN1996.
Ordenadas na DDHM/Gabinete/Secção de Heráldica pelo major José M. Pedroso da Silva e iluminadas pelo mestre José Colaço, apresentam a seguinte descrição heráldica (O.E. Nº02/1ºSérie/1996):

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Armas da Brigada Aerotransportada Independente
(Imagem cedida pela DDHM/Sec Heráldica)

ARMAS:

– Escudo de prata, um círculo canelado de vermelho carregado de um Grifo segurando na garra dianteira uma adaga, tudo do primeiro;
– Elmo militar de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra;
– Correia de vermelho, perfilada de ouro;
– Paquife e Virol de prata e de vermelho;
– Timbre: O Grifo do escudo;
– Divisa: Num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras a negro, maiúsculas, do estilo elzevir: «SE FIZERAM POR ARMAS TÃO SVBIDOS»

SIMBOLOGIA E ALUSÃO DAS PEÇAS:

– A PRATA do campo lembra a alvura das nuvens que se formam na atmosfera, palco do início das missões
aerotransportadas;
– O CÍRCULO CANELADO, lembra um paraquedas aberto e especifica a qualificação básica dos militares
desta Brigada.
– O GRIFO, animal fabuloso com a parte anterior de águia e a posterior de leão, simboliza a vigilância
constante do território sob sua custódia e alude à perfeição e ao poder do soldado aerotransportado.
– A ADAGA, símbolo da condição militar, materializa a bravura e a capacidade individuais que garantem ao conjunto, o poderio necessário ao estabelecimento e manutenção da justiça e da paz. É representada com a lâmina voltada para baixo, pronta a desferir o golpe que irá aniquilar o inimigo.
– A DIVISA, «SE FIZERAM POR ARMAS TÃO SVBIDOS» (Lus. I-14), traduz o valor e profissionalismo de todos aqueles que, ontem e hoje, fizeram e mantêm esta Grande Unidade, onde o seu alto grau de operacionalidade será sempre orientado para a defesa dos superiores interesses da Nação.
OS ESMALTES SIGNIFICAM:

– A PRATA, a pureza das finalidades a atingir e a humildade dos sacrifícios impostos;
– O VERMELHO, a bravura, a audácia e a grandeza de alma na ação.

Entretanto, em 14FEV1997, para reconhecer em nome da Nação Portuguesa o esforço de todos os militares portugueses que ao serviço da Força de Implementação da OTAN (IFOR) serviram no TO da Bósnia-Herzegovina, o Presidente da República Portuguesa e Comandante Supremo das Forças Armadas, Dr. Jorge Sampaio, condecorou o Estandarte Nacional da BAI com a MEDALHA DE OURO DE SERVIÇOS DISTINTOS. Esta condecoração decorreu dos louvores atribuídos ao 2.º Batalhão de Infantaria Aerotransportado e ao 3.º Batalhão de Infantaria Aerotransportado, pela ação dos seus militares durante a missão IFOR (1996).
Estas armas pertenceram e acompanharam a Brigada Aerotransportada Independente (BAI) desde a sua ordenação (1996) até à sua extinção (2006).

ARMAS DA BRIGADA DE REAÇÃO RÁPIDA (BrigRR)

Apesar da alteração da designação da BAI para BrigRR com uma nova estrutura orgânica (Diretiva Nº 5/CEME/23MAI2005), as armas para a atual BRIGADA DE REAÇÃO RÁPIDA (BrigRR) mantiveram-se as mesmas aprovadas para a Brigada Aerotransportada Independente (BAI).
No Exército, as unidades condecoradas podem colocar uma das suas condecorações (e apenas uma) nas suas armas, desde que estas pertençam às Ordens Honoríficas Portuguesas e/ou ao Regulamento da Medalha Militar.
Na posse desta informação heráldica, em boa hora, o Comando da Brigada de Reação Rápida (BrigRR) encetou as diligências necessárias junto da DDHM/Secção de Heráldica no sentido de ser colocada a MEDALHA DE OURO DE SERVIÇOS DISTINTOS pendente no escudo das Armas da BRIGADA DE REAÇÃO RÁPIDA.
Assim, passou a ostentar a Medalha de Ouro de Serviços Distintos, apresentando a seguinte descrição heráldica (O.E. Nº05/1ªSérie/31MAI2016):

brigada-de-reacao-rapida-actual-2016 [2]

Armas da Brigada de Reação Rápida
(Imagem cedida pela DDHM/Sec Heráldica)

ARMAS:

– Escudo de prata, um círculo canelado de vermelho carregado de um Grifo segurando na garra dianteira uma adaga, tudo do primeiro;
– Elmo militar de prata, forrado de vermelho, a três quartos para a dextra;
– Correia de vermelho, perfilada de ouro;
– Paquife e Virol de prata e de vermelho;
– Timbre: O Grifo do escudo;
– Condecoração: pendente do escudo a Medalha de Ouro de Serviços Distintos;
– Divisa: Num listel de branco, ondulado, sotoposto ao escudo, em letras a negro, maiúsculas, do estilo elzevir: «SE FIZERAM POR ARMAS TÃO SVBIDOS»

SIMBOLOGIA E ALUSÃO DAS PEÇAS:

– A PRATA do campo lembra a alvura das nuvens que se formam na atmosfera, palco do início das missões aerotransportadas;
– O CÍRCULO CANELADO, lembra um paraquedas aberto e especifica a qualificação básica dos militares desta Brigada.
– O GRIFO, animal fabuloso com a parte anterior de águia e a posterior de leão, simboliza a vigilância constante do território sob sua custódia e alude à perfeição e ao poder do soldado aerotransportado.
– A ADAGA, símbolo da condição militar, materializa a bravura e a capacidade individuais que garantem ao conjunto, o poderio necessário ao estabelecimento e manutenção da justiça e da paz. É representada com a lâmina voltada para baixo, pronta a desferir o golpe que irá aniquilar o inimigo.
– A DIVISA, «SE FIZERAM POR ARMAS TÃO SVBIDOS» (Lus. I-14), traduz o valor e profissionalismo de todos aqueles que, ontem e hoje, fizeram e mantêm esta Grande Unidade, onde o seu alto grau de operacionalidade será sempre orientado para a defesa dos superiores interesses da Nação.

OS ESMALTES SIGNIFICAM:

– A PRATA, a pureza das finalidades a atingir e a humildade dos sacrifícios impostos;
– O VERMELHO, a bravura, a audácia e a grandeza de alma na ação.

Este modesto e singelo ato heráldico (alterações da DDHM/Gabinete/Secção de Heráldica pelo capitão Flórido Fonseca e iluminadas pelo mestre José Colaço), oficialmente aprovado pelo Despacho S-Nº/CEME/06ABR2016 no ano em que se comemora o 20º Aniversário da Missão na Bósnia-Herzegovina, apesar de coincidente nesta data, não deixa de ter um significado especial para todos aqueles militares que participaram nesta missão expedicionária pioneira.
Aqui fica o registo para a história heráldica desta grande unidade – BrigRR – que tutela as três forças especiais do Exército: PARAQUEDISTAS, COMANDOS e OPERAÇÕES ESPECIAIS.

António Sucena do Carmo, 04OUT2016