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“GUERRA VIVIDA, GUERRA SENTIDA”, UM COMANDO NO AFEGANISTÃO

“Guerra vivida, Guerra sentida” é o nome dado pelo antigo Sargento Comando Pedro Abreu Monteiro, a uma interessante exposição fotográfica que organizou em conjunto com a Biblioteca Municipal do Cadaval.

Pedro Monteiro junto à Barragem de Surobi, 50 Km a Oeste de Cabul,no decurso de uma patrulha conjunta com forças francesas. [1]

Pedro Monteiro junto à Barragem de Surobi, 50 Km a Oeste de Cabul,no decurso de uma patrulha conjunta com forças francesas.

Aqui está uma louvável iniciativa individual que teve acolhimento autárquico e assim possibilitou – e possibilita até ao próximo dia 28 de Janeiro de 2011 – que muitas pessoas tomem contacto com a realidade vivida pelos nossos militares no Afeganistão.
Trata-se no essencial de um conjunto de painéis, cada um com uma ou mais fotografias – fazem parte de um conjunto de fotos, que foram partilhadas entre militares, durante o período das missões de 2005 e 2007, diz-nos Pedro Monteiro – relativas à  população local, sua vida quotidiana e à vida dos Comandos naquelas paragens. Percebe-se vendo a exposição que o autor, mais do que explicar o que foi a participação portuguesa, e concretamente a dos Comandos, nas operações da NATO no Afeganistão em 2005 e 2007 (anos em que ali esteve Pedro Monteiro), pretendeu mostrar aos seus conterrâneos a realidade de uma sociedade que está a séculos de distância da nossa.

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“…No Afeganistão, país totalmente diferente do nosso Portugal, deparou-se com variadíssimas situações, onde a pobreza e a falta de dignidade humana atingem os seus limites. Foi por estas situações que viveu, que surgiu a ideia de reunir um conjunto de fotografias, retratando alguns dos momentos mais marcantes da sua presença no Afeganistão. Independentemente do âmbito, todas as missões deverão ser relembradas e na grande maioria, partilhadas e discutidas publicamente. Só desta forma, a informação e a verdade pública de cada um de nós poderá ser usada como partilha de conhecimentos e de experiências vividas, em cenários que não estão ao alcance do cidadão comum, e que servem como uma verdadeira experiência de vida…”
Este texto, extraído do desdobrável distribuído aos visitantes, explica bem o objectivo da exposição, a qual, apesar de não ser “essencialmente militar”, e talvez por isso mais aliciante para grande parte dos visitantes, não deixa de explicar a missão, informar sobre os antecedentes e a actualidade da participação portuguesa e de ter ainda alguns elementos de consulta que permitem ter uma noção do conjunto da participação multinacional nesta missão da NATO.

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Pedro Monteiro, quase a fazer 29 anos de idade, serviu os Comandos  entre 2003 e Dezembro de 2009 e está agora a terminar os seus estudos superiores.  É um dos muitos portugueses dos “dias de hoje”, que  envergando voluntariamente o uniforme militar do seu país, conheceu  de perto, com as “botas no chão”, a realidade das missões internacionais.

Terminou o seu contrato e por iniciativa própria decidiu deixar este testemunho. Com “Guerra Vivida, Guerra Sentida” prestou mais um serviço às Forças Armadas Portuguesas e ao Exército em geral e aos Comandos em particular, bem patente no sentido da exposição e nas palavras finais que a organização da exposição dedica aos visitantes: “…Pedro Monteiro decide desta forma homenagear todos os que, conjuntamente com ele serviram naquele país em representação da paz, dos Comandos e de Portugal, assim como a sua família, amigos e outras entidades, que o apoiaram exemplarmente, aquando das suas estadias no Afeganistão”.

Um detalhe: A "Crónica Diária" escrita diariamente por um Comando (Tomás) com pensamentos e opiniões sobre o dia-a-dia era afixada junto ao refeitório de modo a que antes de almoço os interessados a pudessem ler. Eu espera ansiosamente por ela! Diz Pedro Monteiro. [12]

Um detalhe: A "Crónica Diária" escrita diariamente por um Comando (Tomás) com pensamentos e opiniões sobre o dia-a-dia da missão. Era afixada junto ao refeitório de modo a que antes de almoço os interessados a pudessem ler. "Eu era um dos que espera ansiosamente por ela!" Diz Pedro Monteiro.

A leitura do "Livro de Honra" atesta bem o apreço que esta iniciativa teve junto de quem a visita. [13]

A leitura do "Livro de Honra" atesta bem o apreço que esta iniciativa teve junto de quem a visita.

Um forte "Bem haja!" do Operacional à Biblioteca Municipal do Cadaval por ter apoiado esta iniciativa de Pedro Abreu Monteiro. [14]

Um forte "Bem haja!" do Operacional à Biblioteca Municipal do Cadaval por ter apoiado esta iniciativa de Pedro Abreu Monteiro.