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VIATURAS NA DSEi 2013, EM LONDRES (IV)

Um dos aspectos que mais despertam a atenção nestas exposições de equipamentos destinados à defesa e segurança são as viaturas. Utilizadas na maioria das operações levadas a cabo por forças militares ou policiais, têm sido muito influenciadas, como não podia deixar de ser, pelos últimos conflitos e havia muitas propostas, algumas inovadoras, nesta edição 2013 da DSEi.

Uma das novidades da feira, apresentada pela primeira vez na Europa, o Light Combat Tactical All-Terrain Vehicle (L-ATV). [1]

Uma das novidades da feira, apresentada pela primeira vez na Europa, o Light Combat Tactical All-Terrain Vehicle (L-ATV).

Protecção acrescida, design arrojado, emprego de sensores tecnologicamente muito avançados e grande atenção às viaturas de engenharia/sapadores, são aspectos que saltam à vista neste campo. A procura da protecção, para alguns desnecessária e até perigosa em determinados tipos de operações, é sem dúvida uma tendência muito marcada, tendo sobretudo em linha de conta com os efeitos nas opiniões públicas dos “países ocidentais” das baixas nas guerras do Iraque e Afeganistão. Apenas viaturas destinadas a forças especiais, sempre mais preocupados com a agilidade e a velocidade, parecem escapar a esta “onda” da blindagem.

Como sempre nesta série de artigos procuramos alguma ligação a Portugal naquilo que vemos e aqui, apesar do forte investimento nacional no programa “Pandur”, as referências ao nosso país são imperceptíveis. Se em tempos houve o sonho de transformar o fabrico desta viatura em Portugal no renascer de um segmento da indústria de defesa, a ausência de qualquer “coisa” nesse sentido nesta “montra” prova que tal não passou disso mesmo, de um sonho. Ou então, pior, quando o projecto nasceu já se sabia no que ía dar, e estivemos perante mais um embuste de contornos ainda hoje não esclarecidos. O que se passou e passa com o projecto Pandur português, alguém sabe? Como é possível tal investimento, potencialmente reprodutivo, ter tido o destino que teve?

Mas, voltemos a Londres, e à presença da Pandur 8×8. Um “cantinho” do enorme espaço da General Dynamics mostrava um modelo miniatura de uma Pandur 8X8 e uma televisão passava um filme de várias versões da nossa Pandur em manobras por Portugal. No espaço da EID (ver artigo PAÍSES E GRANDES EMPRESAS NA DSEi LONDRES II [2]) também alguns filmes mostravam as nossas Pandur e os sistemas de comunicações que esta empresa ali instalou.

A Pandur 8x8 na DSEi muito, mas muito discreta. A continuação deste projecto e a sua promoção a nível mundial não parece ser uma prioridade para a general Dynamics. [3]

A Pandur II 8×8 na DSEi muito, mas muito discreta. A continuação deste projecto e a sua promoção a nível mundial não parece ser uma prioridade para a General Dynamics.

Como seria de esperar as grandes empresas do sector, dominam o mercado e as novidades, mas vários países “pequenos” também apresentaram os seus produtos e ali estavam a lutar por encomendas fora das suas próprias forças armadas.

O L-ATV está neste momento "a lutar" para ser a futura viatura do seu segmento a equipar o Exército e os Marines dos EUA e a firma mantinha segredo sobre alguma partes da viatura, por exemplo, não se podia fotografar "por baixo". A Oshkosh já vendeu mais de 9.500 dos maiores MRAP ATV a estes mesmos clientes e brevemente 750 serão entregues aos Emiratos Árabes Unidos. [4]

O L-ATV está neste momento “a lutar” para ser a futura viatura do seu segmento a equipar o Exército e os Marines dos EUA e a firma mantinha segredo sobre alguma partes da viatura, por exemplo, não se podia fotografar “por baixo” nem “por dentro”. A Oshkosh já vendeu mais de 9.500 dos maiores MRAP ATV a estes mesmos clientes e brevemente 750 serão entregues aos Emiratos Árabes Unidos.

O BvS 10 Mk IIb da BAE Systems Hagglunds foi pela primeira vez visto fora da Suécia onde está a começar a ser distribuído ao Exército. Este veículo blindado articulado está equipado com uma .50 M2HB instalada numa estação Kongsberg Protector RWS. [5]

O BvS 10 Mk IIb da BAE Systems Hagglunds foi pela primeira vez visto fora da Suécia onde está a começar a ser distribuído ao Exército. Este veículo blindado articulado está equipado com uma .50 M2HB instalada numa estação Kongsberg Protector RWS.

Uma nova tendência para protecção contra "RPG", a rede da RUAG Defence, aqui aplicada num Mowag Eagle IV, é flexível e mais leve que as anteriores. Esta SidePro-Lasso começou a ser usada pela Dinamarca, Estónia e Eslovénia e foi testada em combate no Afeganistão com sucesso. Pesa menos 30% que as "rígidas" e aumenta a área protegida segundo o fabricante. [6]

Uma nova tendência para protecção contra “RPG”, a rede da firma suíça RUAG Defence, aqui aplicada num Mowag Eagle IV, é flexível e mais leve que as anteriores. Esta SidePro-Lasso começou a ser usada pela Dinamarca, Estónia e Eslovénia e foi testada em combate no Afeganistão com sucesso. Pesa menos 30% que as “rígidas” e aumenta a área protegida segundo o fabricante.

O General Dynamics UK Scout SV, vai equipar o Exército Britânico em substituição do CVR(T). [7]

O General Dynamics UK Scout SV, vai equipar o Exército Britânico em substituição do CVR(T), mantendo-se a “modalidade lagartas” em uso neste país para este tipo de viaturas de reconhecimento.

O Kerax 8X8 da Renault, sinal dos tempos, uma viatura civil adaptada às missões militares, blindada. aqui uma versão para transporte de combustível [8]

O Kerax 8X8 da Renault, sinal dos tempos, uma viatura civil adaptada às missões militares, blindada. Aqui uma versão para transporte de combustível.

O VAB Mark III (Renault) nova versão de um consagrado veículo blindado de transporte de pessoal do Exército Francês. [9]

O VAB Mark III (Renault) novo veículo que vai buscar a designação a um consagrado veículo blindado de transporte de pessoal do Exército Francês. Apresenta um novo design e capacidades para enfrentar as ameaças dos novos teatros de operações.

O "Bronco" [10]

O “Bronco” da Singapore Technologies Kinetics, está ao serviço em Singapura e na Tailândia.

O novo protótipo de veículo blindado de transporte de pessoal da finlandesa Patria, o AWV (Armoured Wheeled Vehicle), apresentado pela primeira vez nesta ocasião. O seu antecessor (AMV - Armoured Modular Vehicle, 8X8), tem 1.400 veículos ao serviço em 7 países, foi um dos concorrentes para equipar as nossas forças armadas perdendo para o Pandur II 8X8. [11]

O novo protótipo de veículo blindado de transporte de pessoal da finlandesa Patria, o AWV (Armoured Wheeled Vehicle), apresentado pela primeira vez nesta ocasião. O seu antecessor (AMV – Armoured Modular Vehicle, 8X8), tem 1.400 veículos ao serviço em 7 países, foi um dos concorrentes para equipar as nossas forças armadas perdendo para o Pandur II 8X8.

O veículo de detecção de minas da companhia sul-africana DCD, com vários produtos nesta área de actividade. [12]

O veículo de detecção de minas da companhia sul-africana DCD, com vários produtos nesta área de actividade.

O Titus da Nexter, classificado como Transporte de Tropas e Veículo Utilitário, pode transportar 10 infantes e estava armado com uma estação de controlo remoto,  Nexter Systems ARX20; canhão de 20mm metralahadora coaxial 7.62mme um lança grandas Galix. [13]

O Titus da Nexter, classificado como Transporte de Tropas e Veículo Utilitário, pode transportar 10 infantes e estava armado com uma estação de controlo remoto, Nexter Systems ARX20; canhão de 20mm metralhadora coaxial 7.62mme um lança granadas Galix.

O  "Véhicule Blindé de Combat d'Infanterie" da Nexter que está testado em vários teatros de operações, como o Afeganistão, Líbano e Mali. [14]

O “Véhicule Blindé de Combat d’Infanterie” da Nexter que está testado em vários teatros de operações, como o Afeganistão, Líbano e Mali.

 O Light Reconnaissance Vehicle 400, da Supacat, vai agora, depois da feira, iniciar um período de apresentação e demonstrações para vários potenciais clientes. [15]

O Light Reconnaissance Vehicle 400, da Supacat, vai agora, depois da feira, iniciar um período de apresentação e demonstrações para vários potenciais clientes.

O NIMR "multi role combat vehicle" armado com um canhão de 30mm e uma metralhadora coaxial de 7,62mm, é produzido no  Abu Dhabi. [16]

O NIMR “multi role combat vehicle” armado com um canhão de 30mm e uma metralhadora coaxial de 7,62mm, é produzido no Abu Dhabi.

O Super AV 8X8 da Iveco, veículo blindado de transporte de pessoal anfíbio, foi apresentado no Reino Unido e procura compradores no mercado internacional, tendo já sido testado pelos US Marines Em Itália equipará o Exército e a Marinha e é considerado um verdadeiro anfíbio. [17]

O Super AV 8X8 da Iveco, veículo blindado de transporte de pessoal anfíbio, foi apresentado no Reino Unido e procura compradores no mercado internacional, tendo já sido testado pelos US Marines Em Itália equipará o Exército e a Marinha e é considerado um verdadeiro anfíbio.

Outro produto Iveco a ambulância blindada "MPV". [18]

Outro produto Iveco, a ambulância blindada “MPV”.

A Saab apresentou esta viatura Iveco Iveco LMB equipada com um sistema automático de detecção de elementos "NBQR - Nuclear, Biológicos, Químicos e Radiológicos". [19]

A Saab apresentou esta viatura Iveco Iveco LMB equipada com um sistema automático de detecção de elementos “NBQR – Nuclear, Biológicos, Químicos e Radiológicos”.

A viatura blindada 4X4 seleccionada pelo Exército Alemão, o Eagle V da Suíça MOWAG, para "patrulha e ligação". [20]

A viatura blindada 4X4 seleccionada pelo Exército Alemão, o Eagle V da suíça MOWAG, para “patrulha e ligação”.

O curioso Humdinga da Gibbs, firma americana que produz sobretudo anfíbios civis mas capazes de utilização por forças de segurança ou militares. [21]

O curioso Humdinga da Gibbs, firma americana que produz sobretudo anfíbios civis mas capazes de utilização por forças de segurança ou militares.

Mais uma novidade na DSEI 13, o BAE Systems Land Systems South Africa RG35 6x6, veículo blindado resistente a minas, destinado a múltiplas utilizações. [22]

Mais uma novidade na DSEI 13, o BAE Systems Land Systems South Africa RG35 6×6, veículo blindado resistente a minas, destinado a múltiplas utilizações.

Mais um produto Panhard, o CRAB - Combat Reconnaissance Buggy. [23]

Mais um produto Panhard, o CRAB – Combat Reconnaissance Buggy.

De aspecto futurista e nesta versão equipado com uma torre Cockerill CPWS canhão 25mm e metralhadora coaxial 7,62mm. [24]

De aspecto futurista e nesta versão equipado com uma torre Cockerill CPWS canhão 25mm e metralhadora coaxial 7,62mm.

O VEGA de segunda geração, da firma da República Checa SVOS, que nesta caso está armado com uma .50 M2 HB na estação de controlo remoto Kongsberg Protector. Esta é a versão transporte de tropas (8 infantes) mas há também para posto de comando e ambulância. [25]

O VEGA de segunda geração, da firma da República Checa SVOS, que nesta caso está armado com uma .50 M2 HB na estação de controlo remoto Kongsberg Protector. Esta é a versão transporte de tropas (8 infantes) mas há também para posto de comando e ambulância.

O MUNGO da Krauss-Maffei Wegmann, na sua versão de reconhecimento MBQR. [26]

O MUNGO da Krauss-Maffei Wegmann, na sua versão de reconhecimento NBQR.

É aerotransportavel em aviões e mesmo por helicópteros CH 53 ou CH47 dadas as suas dimensões, e tem uma guarnição de 3 militares. [27]

É aerotransportavel em aviões e mesmo por helicópteros CH 53 ou CH47 dadas as suas dimensões, e tem uma guarnição de 3 militares.

O Terrier da BAE Systems, veículo de combate de engenharia que acabou de entrar ao serviço do Exército Britânico. [28]

O Terrier da BAE Systems, veículo de combate de engenharia que acabou de entrar ao serviço do Exército Britânico.

O PEROCC, Pearson Engineering Route Opening and Clearing Capability System que ainda não está ao serviço mas já foi submetido a testes. Há sem dúvida uma grande panóplia de viaturas, como estas (e muitas outras até mais urgentes como as blindadas 4x4) das quais Portugal não dispõe um único exemplar... [29]

O PEROCC, Pearson Engineering Route Opening and Clearing Capability System que ainda não está ao serviço mas já foi submetido a testes. Há sem dúvida uma grande panóplia de viaturas, como estas (e outras até mais urgentes como as blindadas 4×4) das quais Portugal não dispõe um único exemplar moderno, o que naturalmente nos impede de participar em determinados tipos de missões com segurança.

 

Leia aqui os anteriores artigos sobre a DSEi

DSEi, LONDRES 2013 (I) [30]

PAÍSES E GRANDES EMPRESAS NA DSEi LONDRES (II) [2]

PAÍSES E GRANDES EMPRESAS NA DSEi LONDRES (III) [31]