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URO VAMTAC ST 5

Aeródromo Militar de Tancos, 17SET2019. Por ocasião das comemorações do Dia do Comando das Forças Terrestres e do Dia da Brigada de Reacção Rápida, estiveram em exposição estática 3 viaturas tácticas ligeiras blindadas 4X4, URO VAMTAC ST5, duas na versão Transporte de Pessoal e 1 Posto de Comando. De assinalar que estas viaturas ainda não foram formalmente entregues ao Exército Português, estavam apenas em exposição.

 

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Embora a intenção de aquisição deste tipo de viaturas seja anterior(*), o concurso foi finalmente lançado em 2016 pelo Ministro da Defesa Nacional – Despacho n.º 8840/2016 de 30JUN – através da NATO Support Procurement Agency tendo em vista a aquisição de 167 viaturas tácticas ligeiras blindadas (VTLB) 4×4, e a correspondente despesa até ao montante máximo de 60.800.000,00€; em 2018 no entanto, mantendo os valores, o número de viaturas foi reduzido – Despacho n.º 7199/2018 de 05JUL – para 139 viaturas e foi ainda alterado o calendário de entregas. As primeiras viaturas irão chegar muito em breve ao Exército e destinam-se prioritariamente às unidades da Brigada de Reacção Rápida, a qual usa neste momento os HMMWV que acusam os anos e o continuado esforço operacional. A situação dos HMMWV teve especial agravamento nos dois últimos anos na Republica Centro Africana [2] com muitas viaturas inoperacionais quer em acções de combate quer pelas condições do terreno e clima a exigir grande esforço de manutenção [3].

Estas viaturas são de origem espanhola, do fabricante UROVESA, e curiosamente o Exército Português já usou, embora numa versão bem mais básica, os VAMTAC – Vehículo de Alta Movilidad Táctico. Na realidade em 2005 a Força de Reacção Rápida portuguesa no Afeganistão (NATO / ISAF)  usou por empréstimo do Exército Espanhol este tipo de viaturas, enquanto os nossos HMMWV, comprados em 2000 para uso em Timor, foram recuperados do Kosovo onde se encontravam para receber blindagens em Israel e então seguir para o Afeganistão.

A entrada ao serviço ainda este ano de 2019 dos VAMTAC ST 5 é mais um passo na modernização dos equipamentos do Exército, esperando-se que estas novas viaturas correspondam ao que delas se espera. O seu envio para a RCA a fim de substituir os HMMWV é uma urgência há muito identificada e se a missão se mantiver ali serão duramente postas à prova!

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(*) Em 2015 em entrevista ao Operacional o então General CEME [12] (antes do concurso ser efectivamente lançado, antes da missão na RCA e antes da redução do número de viaturas), referia a que se destinavam. Mesmo que algumas destas capacidades tenham sido alteradas com a redução do número de viaturas, aqui fica o que então foi dito:

Projeto Viaturas Táticas Ligeiras Blindadas – Visa garantir mobilidade tática terrestre com proteção, conferindo maior coerência e flexibilidade às forças terrestres, facultando-lhes proteção blindada ligeira (até 10 Ton) e facilidade de projeção dos seus equipamentos orgânicos principais.

Em particular o projeto VTLB tem por objetivo:

– Contribuir para a edificação da Capacidade de Forças Ligeiras do Exército, principalmente na sua mobilidade tática terrestre e proteção, imprescindível à tipologia de cenários e missões de combate característicos do contexto atual [e.g. TO do Afeganistão] equipando um Batalhão de Infantaria;

– Contribuir para a edificação da Capacidade de Operações Especiais do Exército, dotando as unidades de Operações Especiais com VTLB 4×4 SOF, para equipar as Special Operation Task Units (SOTU);

– Contribuir para a edificação da Capacidade de Sustentação Logística da Força Terrestre, através da aquisição de VTLB 4×4 necessárias para o Módulo de Emergência e Evacuação do Agrupamento Sanitário;

– Contribuir para a edificação da capacidade de Forças Médias do Exército, através da aquisição de VTLB 4×4 Anticarro (ACar).

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