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NOVOS CONTINGENTES PARA KOSOVO E AFEGANISTÃO

A entrega do Estandarte Nacional a uma força expedicionária é sempre um momento marcante. Anuncia que a partida está próxima e que uma nova fase na vida dos militares envolvidos e das suas famílias, está a começar. Na maioria dos casos com reflexos positivos, mas infelizmente, e isso faz parte da condição militar tendo que ser aceite com a naturalidade possível, também acontece o seu contrário e por vezes de forma dramática.

No Exercito a Bandeira Nacional, sob a forma de estandarte nacional, é quadrada, partida e cosida em proporções iguais (Decreto n.º 43/79 de 22 de Maio)

No Exército a Bandeira Nacional, sob a forma de estandarte nacional, é quadrada, partida e cosida em proporções iguais (Decreto n.º 43/79 de 22 de Maio)

Estandarte Nacional
O envio de forças expedicionárias do Exército para missões nos teatros e operações onde já se encontram contingentes nacionais é um processo contínuo e que obedece a um ciclo pré-definido. Em condições normais a cada seis meses nova força substitui a que se encontra em operações. Ao mesmo tempo em Portugal uma outra inicia a fase de preparação para, passados seis meses, rumar ela ao estrangeiro.
Um dos momentos que antecedem a partida e marcam, com algumas excepções, o final da preparação do contingente que vai avançar para uma missão no exterior do território nacional, é a cerimónia de entrega do Estandarte Nacional. E pode-se perguntar porque assim é? Na realidade não só muitas das unidades expedicionárias são constituídas “ad-hoc” para a missão, ou seja, são criadas apenas para esse fim e extintas no seu final, como outras existentes não dispunham de estandarte nacional, por tal não estar previsto para tal tipo de unidade. Simplificando, pode dizer-se que até ao inicio das missões de paz dos anos 90, só tinham estandarte nacional as unidades tipo Regimento ou aquelas que tinham “quartel próprio”. Os batalhões, integrados em regimentos ou brigadas à luz dos regulamentos vigentes não tinham direito ao seu uso.
Claro que sendo essas unidades expedicionárias (batalhões, companhias ou mesmo simples equipas/destacamentos) projectadas para um país estrangeiro e estando a actuar integradas em forças multinacionais (ou mesmo isoladas) teve toda a pertinência dotar-se essas unidades com os símbolos nacionais.
Assim nasceu nos nossos tempos a cerimónia de entrega do Estandarte Nacional que vai acompanhar a força e do mesmo modo a cerimónia de “devolução” à chegada. Para algumas unidades esta última cerimónia assinala o seu fim e para outras, apenas mais uma missão cumprida.

O Major-Genera Raúl Cunha, comandante da Brigada de Reacção Rápida fez a entrega dos estandartes nacionais ao Coronel Comando  Moura Pinto [1]

O Major-Genera Raúl Cunha, comandante da Brigada de Reacção Rápida, fez a entrega dos estandartes nacionais ao Coronel Comando Moura Pinto (comandante da OMLT)...

...e Tenente-Coronel Pára-quedista Nuno Moreira (comandante do 2ºBIPara). [2]

...e ao Tenente-Coronel Pára-quedista Nuno Moreira (comandante do 2ºBIPara). Este acto simbólico materializa a responsabilidade que estes oficiais em breve assumem, fora de Portugal, em nome do seu país.

S. Jacinto, 25FEV2010
No passado dia 25 de Fevereiro o Regimento de Infantaria n.º 10 em S. Jacinto foi o local onde a Brigada de Reacção Rápida realizou a cerimónia de entrega dos Estandartes Nacionais às forças que vão partir proximamente para o Kosovo e Afeganistão. É sempre um momento marcante em todas as missões, anuncia regra geral que a partida está próxima, e que uma nova fase na vida dos militares envolvidos e das suas famílias, está a começar. Na maioria dos casos com reflexos positivos, mas infelizmente, e isso faz parte da condição militar tendo que ser aceite com a naturalidade possível, também acontece o seu contrário e por vezes de forma dramática.

O Tenente-General Amaral Vieira, comandante das Forças Terrestres presidiu à cerimónia de S. Jacinto [3]

O Tenente-General Amaral Vieira, comandante das Forças Terrestres presidiu à cerimónia de S. Jacinto

Do Regimento de Infantaria n.º 10, então desigando Área Militar de S. Jacinto, partiu para a Bósnia-Herzegovina em 1996 este mesmo batalhão. [4]

Do Regimento de Infantaria n.º 10, então desigando Área Militar de S. Jacinto, partiu para a Bósnia-Herzegovina em 1996 este mesmo batalhão.

O 2º Batalhão de Infantaria Pára-quedista parte para o Kosovo com uma organização adaptada à missão de KFOR Tactical Reserve Manouver Battalion. [5]

O 2º Batalhão de Infantaria Pára-quedista parte para o Kosovo com uma organização adaptada à missão de KFOR Tactical Reserve Manouver Battalion.

O 2º Batalhão de Infantaria Pára-quedista
O 2º BIPara é uma das unidades portuguesas com mais missões cumpridas no período pós-colonial. Este mês de Março parte para o Kosovo e acrescenta mais uma ao seu historial. Vale a pena ver o que foi para este batalhão a última década e meia.
Bósnia – Herzegovina
1996 – Portugal inicia a sua participação em operações de Paz nos Balcãs com a integração do batalhão na Operação Joint Endeavour da Força de Implementação (dos acordos de Paz) da NATO – IFOR. Pela primeira vez desde a 1ª Guerra Mundial uma unidade de combate portuguesa voltava a operar na Europa.
1999 – O batalhão volta à Bósnia para integrar a Operação Constant Forge, da Força de Estabilização da NATO – SFOR.
2005 – Parte do batalhão, denominado Componente Portuguesa integra-se na Força da União Europeia na Bósnia-Herzegovina. Esta Componente PRT organizada em Estado Maior, Alfa Company (ALPHA COY) e Logistics Support Unit (LSU) foi integrada num Batalhão Multinacional de Manobra (ManBn), combinadamente com uma Componente Turca e outra Polaca.
Timor-Leste
2000 – No período de 4 anos, o batalhão é empenhado pela terceira vez em forças de manutenção de Paz integrando o Contingente Nacional para cumprir a missão Peace Keeping Force da United Nations Transtional Administration in Est Timor.
2002 – Em Junho de 2002 após a fase de aprontamento embarcou pela segunda vez para Timor Leste para cumprir a missão PKF da United Nations Mission in Supports of Est Timor.
Afeganistão
2007 – Em Agosto com base no batalhão constituiu-se a Força de Reacção Rápida do Comando da ISAF – NATO (QRF/FND/ISAF), constituída por uma Companhia (CParas 22), um Destacamento de Apoio de Serviços e uma Secção de Comando. Destacam-se entre outras as missões Koh Shamal (segurança às aeronaves, junto ao aeroporto internacional de Cabul), Firtina (implementação da segurança, impedindo os itinerários de infiltração por parte dos insurgentes pela área do distrito de BAGRAMI) e aquela que mais meios e pessoal empenhou a operação Ring Road, no distrito de QALAT, província de ZABUL, RC SUL.

Mesmo veteranos de muitas missões, os militares do 2º BIPara sabem que nao há duas iguais. Todas são para ser levadas muito a sério. [6]

Mesmo veteranos de muitas missões, os militares do 2º BIPara sabem que não há duas iguais. Todas são para ser levadas muito a sério.

Kosovo 2010
Em 2009 foi atribuída ao 2BParas a missão de aprontamento para a 1ª rotação de 2010 da FND/KFOR. A missão iniciar-se-á em Março de 2010 terminando em Setembro do mesmo ano. Para esta missão, o 2BParas sob o comando do Tenente-Coronel Pára-quedista Nuno Moreira, contempla um efectivo de 294 militares organizados em Comando e Estado-Maior, Secção de Ligação e Destacamento de Operações Especiais 15, Companhia de Comando e Apoio – com as valências de Reconhecimento, Transmissões, Engenharia, Apoio Sanitário, Manutenção, Reabastecimento e Serviços – e as Companhias de Pára-quedistas 21 e 22. Além de agumentees para funções de estado-maior e áreas técnicas do apoio de serviços, o 2BParas recebe de reforço o Destacamento de Operações Especiais n.º 15 do Centro de Tropas de Operações Especiais e um Pelotão do Regimento de Guarnição n.º1 da Zona Militar dos Açores que se constitui no Pelotão de Reconhecimento/2BParas. O 2BParas irá substituir o 1ºBatalhão de Infantaria Mecanizado da Brigada Mecanizada constituindo-se no KFOR Tactical Reserve Manouver Battalion. Ficará baseado nos arredores de Pristina, actuando como força de reserva de primeira intervenção da KFOR em todo o território do Kosovo, podendo ainda, se necessário, ser empregue na Bósnia-Herzegovina.

Uma nova fase na vida de muitos está a começar. Mesmo correndo bem, como se espera e deseja, será marcante na sua vida e das suas familias. [7]

Uma nova fase na vida de muitos está a começar. Mesmo correndo bem, como se espera e deseja, será marcante nos militares e nas suas famílias.

OMLT – Kabul Capital Division
Esta terceira Operational Mentor and Liasion Team (OMLT) de Divisão que Portugal envia para o Afeganistão, é comandada pelo Coronel de Infantaria “CMD” António Moura Pinto e rumará ao Afeganistão para cumprir uma missão de mentorização de forças do Afghan National Army no âmbito da ISAF.
Aprontada pela Brigada de Reacção Rápida esta OMLT integra militares de várias das suas unidades e substituirá em Abril a actual força que está em Cabul, também da brigada.
A tarefa essencial desta OMLT é a de preparar a “Kabul Capital Division” do Exército Nacional Afegão (KCD ANA 111 DIV) para o seu emprego operacional mas também garantir o apoio necessário ao Comando e Controlo das duas subunidades em operações, o planeamento para o emprego das mesmas e assegurar a ligação com a ISAF e demais entidades intervenientes.
A OMLT KCD está instalada na área Sul do Aeroporto Internacional de Kabul (KAIA) e desloca-se diariamente para as instalações da KCD com o apoio de elementos da “Force Protection” das Forças Nacionais Destacadas portuguesas.

As tradições são para se manterem! No final da cerimónia o Comandante das Forças Terrestres é "auxiliado" pelos comandantes das forças expedicinárias a partir o bolo. [8]

As tradições são para se manterem! No final da cerimónia o Comandante das Forças Terrestres é "auxiliado" pelos comandantes das forças expedicionárias a partir o bolo.

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Boa Missão para o 2º Batalhão de Infantaria Pára-quedista e para a 3ª Operational Mentor and Liasion Team de Divisão e bom regresso!