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MONUMENTO EM DOBOJ/BÓSNIA: A CAMINHO DA SOLUÇÃO?

MONUMENTO EM DOBOJ/BÓSNIA: A CAMINHO DA SOLUÇÃO? Acreditamos que sim! Cinco anos depois de termos alertando publicamente para a degradação do “Monumento de Doboj” e três anos depois do fim da presença militar na Bósnia, chegam-nos más e boas notícias.

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O aspecto e estado lastimoso do monumento começa a destoar muito da área envolvente, recuperada depois das terríveis inundações do ano passado.

Mais do que previsíveis, as más notícias, para quem se preocupa com a imagem que Portugal deixou na Bósnia, materializada por um “monumento” na cidade de Doboj (Norte da Bósnia), são que continua a degradar-se, já perdeu componentes (a Cruz de Cristo) estando as partes metálicas a caminho de se tornarem uma ruína (ver fotos iniciais deste artigo, captadas em 10ABR15). Quem lá deixou o monumento não acautelou a sua manutenção, como se tem constatado todos estes anos, o efeito do tempo e a incúria fazem o resto. Acresce que neste momento, depois das terríveis cheias de 2014, os edifícios da zona envolvente, nomeadamente a câmara municipal, foram recuperados com o auxílio de países amigos da Bósnia e da cidade de Doboj (fundos provenientes da Dinamarca e Suécia, por sinal dois dos países que nos antecederam em Camp Dannevirke, mas os EUA também forneceram apoios diversos, e a Suécia enviou ainda apoio de urgência para a cidade – máquinas de purificação de água, etc.), e o monumento, o mínimo que se pode dizer, é que fica muito “mal na fotografia”. E Portugal, os seus militares e os seus mortos na Bósnia-Herzegovina, também.

A boa notícia é que esta triste situação pode estar a chegar ao fim! Foi finalmente possível sensibilizar entidades oficiais com responsabilidade neste processo e sectores do movimento associativo ligado às Tropas Para-quedistas, para se avançar na direcção certa.

Nada está garantido, a seu tempo veremos os resultados, mas acreditamos que nunca se esteve tão perto de construir uma solução digna para Portugal e para a memória dos militares mortos em serviço na Bósnia-Herzegovina, os melhores de todos nós que por lá andamos. Eles deram tudo o que tinham.

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A pedra principal que suporta as placas está suja e algo instável (já tem caído, felizmente ainda não se partiu).

A parte metálica está a apodrecer e a Cruz de Cristo desapareceu. [3]

A parte metálica está a apodrecer e a Cruz de Cristo desapareceu.

Um pouco de história pela imagem:

Na sequência das cheias de 2014, ficou assim. Foi Pedro Valentim que por sua iniciativa lá foi colocar a placa em pé. [4]

Na sequência das cheias de 2014, ficou assim. Foi Pedro Valentim que por sua iniciativa lá foi colocar a placa em pé.

A placa com o nome dos 5 militares portugueses mortos na Bósnia, foi colocada em Janeiro de 2012 no monumento que se encontra na cidade. [5]

A nova placa com os nomes dos 5 militares portugueses mortos na Bósnia, foi colocada em Janeiro de 2012 no monumento que se encontra na cidade.

O monumento que foi modificado já na cidade de Doboj. [6]

O monumento que foi modificado em 2007 e  já na cidade de Doboj. A placa com o nomes dos mortos foi retirada e enviada para Portugal.

A placa original com o nome dos militares portugueses mortos na Bósnia, depois de algumas peripécias, chegou a Tancos, onde se encontra guardada em boa mãos. [7]

A placa original com o nome dos militares portugueses mortos na Bósnia, depois de algumas peripécias, chegou a Tancos, onde se encontra guardada em boa mãos.

O Monumento original, instalado no aquartelamento de Doboj, nos arredores da cidade. [8]

O Monumento original, construído em 2003 pelo 1.º Batalhão de Infantaria Pára-quedista e instalado no aquartelamento de Doboj, nos arredores da cidade.

O monumento com o pára-quedista "Em posição", é sem dúvida uma das imagens de marca da unidade. Construído em 1994 é da autoria de Libertário Alves Ferreira. Ali estão incritos os nomes dos mortos da unidade desde a chegada dos pára-quedistas a S. Jacinto. [9]

O monumento com o pára-quedista “Em posição” em S. Jacinto  que inspirou o construído no aquartelamento de Doboj. Data de 1994 é da autoria de Libertário Alves Ferreira.

 

 

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OPERAÇÃO “NÃO OS ESQUECEMOS!” [12]

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