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CENTENÁRIO DA I GUERRA MUNDIAL

Aproxima-se a passos largos o centenário da guerra que devastou a Europa e afectou outras regiões do Mundo e que passou à história como Grande Guerra ou I Guerra Mundial: 1914-1918. No Ministério da Defesa Nacional foi criada uma comissão para elaborar um “programa detalhado” destinado a evocar este período entre 2014 -2018.

(Colecção Manuel Ribeiro Rodrigues) [1]

(Colecção Manuel Ribeiro Rodrigues)

Vários países envolvidos neste conflito, um dos mais sangrentos da história da humanidade, têm as suas próprias acções em curso para assinalar o 1.º centenário da Grande Guerra e também em Portugal já havia, que nós aqui no Operacional soubéssemos, entidades académicas empenhadas na evocação deste aniversário. O Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa tem em curso o Projecto “Memórias da I Guerra Mundial” [2], associado a entidades nacionais e estrangeiras, nomeadamente à “Europeana 1914-1918” [3] patrocinada pela União Europeia, empenhado nesta temática do centenário da Grande Guerra.

Pode-se discutir se em vez de haver uma comissão no âmbito da Defesa Nacional não deveria haver uma Comissão Nacional, mais abrangente, mas, seja como for, este é um passo positivo e que está em marcha, a COMISSÃO COORDENADORA DAS EVOCAÇÕES DO CENTENÁRIO DA I GUERRA MUNDIAL.

Mesmo sem estar a fazer aqui e agora qualquer espécie de balanço das comemorações dos 200 anos das “Invasões Francesas”, não podemos deixar de referir que se nestes próximos anos, por acção desta comissão ou de outras entidades, já criadas ou a criar, houver semelhante divulgação pública e tantos livros editados sobre a temática, já valeu a pena! É sem dúvida uma boa oportunidade para estimular os autores e estudiosos da Grande Guerra no sentido de virem a público com os seus trabalhos, lembrando este doloroso período da história de Portugal, da Europa e do Mundo.

Em breve deverá ser conhecido o "programa detalhado tendo em vista a evocação nacional do Centenário da I Guerra Mundial ao longo do período 2014 -2018" [4]

Em breve deverá ser conhecido o “programa detalhado tendo em vista a evocação nacional do Centenário da I Guerra Mundial ao longo do período 2014 -2018”, no âmbito da Defesa Nacional.


Aqui fica a transcrição na íntegra do referido despacho:

Despacho n.º 15602/2012
Considerando o importante significado que a I Guerra Mundial teve na história contemporânea portuguesa, com reflexos sociais que excederam largamente o campo militar, bem como a sua dimensão mundial, envolvendo cerca de 30 países em vários continentes e mobilizando aproximadamente cinquenta milhões de homens em todas as frentes.
Atendendo a que a participação nacional impôs ao país pesados sacrifícios, mobilizando cerca de 160 000 efetivos distribuídos pelos Teatros de Operações africano e europeu, registando -se milhares de mortos, feridos e prisioneiros.
Considerando que o prolongar dos combates e a divulgação dos sofrimentos dos combatentes e das populações civis depressa desfizeram a sensação generalizada de que se trataria de um conflito breve e sem grande significado, mas que pelo contrário conduziu a um número de perdas humanas que dramaticamente ascendeu a vários milhões. Tendo em conta que se aproxima a data em que se assinala o primeiro centenário do início da «Grande Guerra», acontecimento que deve assim ser evocado e distinguido com um conjunto de iniciativas públicas, cujo enquadramento e programação importa antecipadamente definir.
Considerando assim ser indispensável a preparação de um programa detalhado tendo em vista a evocação nacional do Centenário da I Guerra Mundial ao longo do período 2014 -2018, em coordenação com outras entidades nacionais e internacionais, importa constituir uma Comissão
Coordenadora das Evocações do Centenário da I Guerra Mundial.
Nestes termos determino:
1 – A Comissão Coordenadora das Evocações do Centenário da I Guerra Mundial terá a seguinte constituição:
Tenente -general (REF) Mário de Oliveira Cardoso, que preside;
Um representante do Chefe do Estado -Maior da Armada;
Um representante do Chefe do Estado -Maior da Força Aérea;
Um representante da Liga dos Combatentes;
Um representante da Comissão Portuguesa de História Militar.
2 – Poderão ser agregados a esta Comissão, de acordo com o desenvolvimento do programa a apresentar, outras entidades consideradas necessárias à prossecução dos objetivos definidos.
3 – Esta Comissão deve apresentar-me, até 28 de dezembro de 2012, uma proposta de programa e de orçamento para a realização e acompanhamento destas comemorações.
4 – Os elementos agora nomeados não serão remunerados pelo desempenho de funções na Comissão.
5 – A Secretaria -Geral assegura o apoio logístico e administrativo necessário ao funcionamento e aos trabalhos da Comissão.
27 de novembro de 2012. – O Ministro da Defesa Nacional, José Pedro Correia de Aguiar-Branco.