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A GUERRA DO ULTRAMAR NA “NOTÍCIA” DE ANGOLA (III) – A FORÇA AÉREA

Continuamos esta série dedicada a reportagens sobre a Guerra do Ultramar publicadas na revista “Notícia” de Angola. Hoje, até porque estamos no fim-de-semana em que se comemora o Dia da Força Aérea Portuguesa – 01 de Julho de 1952 – trazemos, 49 anos depois, “A Força Aérea em Angola”. Nesta edição da revista, publicada em 21 de Outubro de 1967, a reportagem é da autoria de Fernando Farinha e Joaquim Cabral.

«Ostentando nas asas a Cruz de Cristo, como símbolo de uma acção de força que não ignora os mais sagrados princípios do espírito humano, a Força Aérea tem-se distinguido, em Angola» 21OUT1967. [1]

«Ostentando nas asas a Cruz de Cristo, como símbolo de uma acção de força que não ignora os mais sagrados princípios do espírito humano, a Força Aérea tem-se distinguido, em Angola» 21OUT1967.

Quem no segue certamente  já leu os dois anteriores artigos desta série – o primeiro dedicado quase exclusivamente a Fernando Farinha [2] e o segundo à morte em combate de um jovem fuzileiro [3] – e sabe que se tratam de reposições de reportagens publicadas no decurso da Guerra do Ultramar (1961-1975). 

Ainda assim recuperamos aqui o que escrevemos no primeiro dos artigos, e que explica em grande medida, julgamos, o alcance destas reportagens:

Visto de hoje, de 2016, é notável que mesmo em tempos de regime autoritário e com censura – especialmente rigorosa acerca das acções de guerra em que as nossas tropas estavam empenhadas – foram feitas reportagens que hoje, nos teatros de operações exteriores onde centenas ou milhares de militares portugueses dos três ramos das forças armadas actuam ano após ano, pura e simplesmente não existem com regularidade. A actividade das nossas forças em operações exteriores, tem uma cobertura jornalística praticamente inexistente. Se excluirmos o período inicial da operação na Bósnia em 1996, depois, já muito menor, em Timor-Leste no ano 2000, e pontualmente um caso ou outro – Kosovo e Portugal com o caso do “urânio empobrecido” – a realidade é que as notícias se resumem a uma ou outra visita ministerial ou presidencial, por um par de jornalistas que vão “à boleia” no Falcon, e, mais um ou outro caso pontual, que pode ser uma reportagem a bordo de uma fragata no Índico ou um voo de C-130 no Afeganistão. Convenhamos que em 20 anos de operações, algumas de elevado risco e com grande empenhamento dos nossos militares como no Afeganistão e Iraque ou mesmo em vários países de África, é muito pouco. Se formos comparar a quantidade de reportagens anuais que a “Notícia” publicava sobre a guerra em Angola ou as que hoje são publicadas na totalidade dos OCS sobre as operações em curso…a diferença é esmagadora. Hoje sabemos e vemos muito menos do que fazem os nossos militares em operações do que no tempo do regime político que terminou em 25 de Abril de 1974 e, se quisermos recuar, até mesmo durante as operações em França na 1.ª Guerra Mundial, que foram fotografadas e descritas, com  mais detalhe que as operações de paz!

E há soluções, como de costume, está tudo inventado! A generalidade dos países nossos aliados europeus e americanos, apoiam de modo sistemático, embora com regras, a actividade da imprensa nos teatros de operações, concedem facilidades, fazem com que os seus cidadãos saibam o que os seus militares andam a fazer.

Aqui fica mais uma memória de um tempo em que se combateu em África e talvez até do reencontro de algumas caras conhecidas para alguns dos nosso leitores!

1 Noticia Angola 001 [4]

2 Noticia Angola002 [5]

3 Noticia Angola003 [6]

4 Noticia Angola004 [7]

5 Noticia Angola005 [8]

6 Noticia Angola006 [9]

7 Noticia Angola007 [10]

8 Noticia Angola008 [11]

9 Noticia Angola009 [12]

10 Noticia Angola010 [13]

11 Noticia Angola011 [14]

12 Noticia Angola012 [15]

13 Noticia Angola013 [16]

Leia aqui os anteriores artigos desta série:

A GUERRA DO ULTRAMAR NA “NOTÍCIA” DE ANGOLA (I) [2]
A GUERRA DO ULTRAMAR NA “NOTÍCIA” DE ANGOLA (II) – A ÚLTIMA VIAGEM DO JOVEM “FUSO” [3]